Trabalhadores da Petrogal protestam terça-feira contra fecho de refinaria
Os trabalhadores da Petrogal manifestam-se na terça-feira em frente ao Palácio de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro em Lisboa, contra o "crime económico" que é o encerramento da refinaria da Galp de Matosinhos, anunciou hoje o sindicato.
© Global Imagens
Economia Refinaria
A concentração junto à residência oficial de António Costa está marcada para as 12:00, mas às 10:00 os trabalhadores têm reservada uma tribuna pública frente à sede da Galp, nas Torres de Lisboa, disse o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE) do Norte, Miguel Ângelo, em conferência de imprensa.
Nesta ação vão participar trabalhadores das duas refinarias (Matosinhos, no distrito do Porto e Sines, distrito de Setúbal) e dos serviços centrais, afirmou.
A Galp anunciou em dezembro de 2020 a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano, uma decisão que põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos.
"O anunciado encerramento desta refinaria é um crime económico e a desgraça de milhares de trabalhadores", sublinhou Miguel Ângelo, criticando o "silêncio ensurdecedor" do primeiro-ministro e do Presidente da República sobre o assunto.
Para evitar aquilo que chamam de "crime económico e destruição do país", as ações de luta vão ser consecutivas enquanto a administração não reverter a sua decisão, garantiu Telmo Silva, dirigente do SITE-Norte e da comissão de trabalhadores.
"Nem o confinamento nos vai parar, a luta é imaginativa. Vamos continuar a lutar pela defesa dos postos de trabalho, famílias e permanência do complexo", vincou.
A trabalhar há 16 anos no complexo petroquímico da refinaria de Matosinhos, Telmo Silva frisou que, caso o fecho avance, só daqui a cinco ou seis anos é que o país vai ter noção da dimensão da destruição.
O sindicalista lembrou que a indústria cria riqueza permanentemente e é fundamental para a retoma do país, depois de ultrapassar o atual estado pandémico.
Além disso, Telmo Silva salientou que o complexo de Matosinhos produz produtos que Sines não produz, o que vai provocar a dependência exterior de Portugal.
Já Rui Pedro Ferreira, há 34 anos na refinaria, alertou que o anunciado encerramento não vai provocar nenhuma diminuição de emissões, mas sim uma transferência e concentração em Sines.
"O possível encerramento não trará ganhos ambientais alguns, irá promover o agravamento do trafego marítimo e rodoviário para o abastecimento de combustíveis na zona norte do país", avisou.
"O complexo petroquímico da refinaria de Matosinhos dispõe de todos os equipamentos necessários para se transformar numa biorrefinaria", ressalvou.
Rui Pedro Ferreira Portugal declarou ainda que Portugal é dos países da Europa com emissões de dióxido de carbono (CO2), per capita, mais baixas.
Este protesto dos trabalhadores é já o segundo depois de, a 12 de janeiro, se terem juntado frente aos paços do concelho de Matosinhos.
O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.
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