Insegurança e pandemia baixam crescimento de Moçambique para 1,8%
O departamento de estudos económicos do banco Standard desceu hoje a perspetiva de evolução da economia de Moçambique este ano para 1,8% devido à insegurança no norte e aos efeitos da pandemia de covid-19.
© Lusa
Economia Standard Bank
"Estamos a baixar a nossa previsão para o PIB de 2021 de 2% para 1,8% este ano já que a pandemia e os desafios de segurança interna vão provavelmente continuar a piorar o sentimento e a recuperação económica", lê-se na análise a várias economias africanas.
De acordo com o relatório, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os riscos adversos no país, entre os quais a violência em Cabo Delgado, os ataques a civis em Sofala e Manica e o rapto de empresários, estão a piorar a perspetiva de crescimento da economia.
"O nosso cenário base incorpora agora um crescimento mais lento devido aos riscos, e nalguns trimestres o cenário foi 2 pontos percentuais mais baixo, refletindo um possível atraso na implementação do projeto de 20 mil milhões de dólares [cerca de 16,5 mil milhões de euros] liderado pela Total, cuja primeira exportação deverá acontecer em 2024", aponta-se ainda no documento.
Para além dos ataques que obrigaram a reduzir fortemente a presença da Total no local da construção das infraestruturas necessárias para a exportação do gás natural liquefeito, "a aceleração das infeções por covid-19, que obrigou a instituir novas medidas de confinamento, também pode atrasar a recuperação económica", alertam os analistas.
A aceleração dos investimentos do setor privado fora do setor dos recursos naturais podem inspirar um crescimento económico mais equilibrado e inclusivo, mas isto é improvável, pelo menos por agora, dizem os analistas, que estimam que o rácio da dívida sobre o produto interno bruto (PIB) cresça para 112,3% este ano, essencialmente devido à depreciação do metical, antes de descer para 99,7% em 2022.
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