Ainda falta mais de meio ano para o prazo das atuais moratórias em vigor terminar, mas certo é que já se vai falando de um possível prolongamento. Do lado da banca, entende-se que a extensão deve ser só para alguns setores - e o do turismo poderá ser um deles.
"Eventuais novas soluções de moratória ou a possibilidade de novas adesões às moratórias existentes devem ser sempre feitas ao abrigo do quadro prudencial e contabilístico instituído pelas autoridades europeias para este contexto muito especial que vivemos", disse o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Fernando Faria de Oliveira, em declarações à revista do Instituto de Formação Bancária, InforBanca.
Apesar de tudo, Faria de Oliveira reconhece que "tal não significa que as moratórias e a sua extensão são a cura para todos os males. Tem de haver um balanceamento entre medidas que permitem aliviar a pressão financeira sobre agentes económicos com dificuldades temporárias de liquidez mas viáveis, dando-lhes tempo para recuperar, e medidas vocacionadas para resolver problemas estruturais, como por exemplo instrumentos de capitalização que permitam melhorar a estrutura financeira das nossas empresas, ainda muito dependentes do financiamento bancário", disse, em declarações à mesma revista.
No final do mês passado, Faria de Oliveira disse, em declarações ao Jornal Económico, que um eventual novo prolongamento das moratórias bancárias só se deve aplicar aos clientes dos setores mais afetados. Esta quarta-feira, o Jornal de Negócios transmite que esta continua a ser a posição defendida pela APB.
BCP defende prorrogação das moratórias para setor do turismo
O presidente executivo do Millennium bcp, Miguel Maya, defendeu, na terça-feira, a prorrogação das moratórias de crédito para as empresas e para os trabalhadores do setor do turismo, que terminam a 30 de setembro.
"O BCP continuará a ser um defensor da prorrogação das moratórias para o setor do turismo enquanto a situação da pandemia não estiver controlada, não só para as empresas como também para os trabalhadores do setor", afirmou Miguel Maya.
As moratórias bancárias suspendem o pagamento das prestações dos empréstimos bancários, mas a prorrogação aprovada no último Conselho de Ministros prevê soluções diferentes para as empresas em função do setor em que estão inseridas e do impacto da pandemia na sua atividade.
Assim, as empresas inseridas em setores particularmente afetados pela pandemia beneficiam do prolongamento da moratória até 30 de setembro nos exatos moldes definidos até 31 de março, ou seja, continuam a beneficiar da suspensão do pagamento do capital em dívida e dos juros.
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