"Forte impacto" de nova vaga em Portugal é "desafiante" para a Economia

O comissário europeu da Economia disse hoje que o "forte impacto" da nova vaga da pandemia de covid-19 em Portugal é "desafiante" para a recuperação económica do país este ano, após um 2020 "menos mau do que esperado".

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Lusa
11/02/2021 18:00 ‧ 11/02/2021 por Lusa

Economia

Paolo Gentiloni

"Estamos cientes de que Portugal, na segunda parte desta segunda vaga, foi fortemente afetado pela pandemia e claro que isso é desafiante", afirmou Paolo Gentiloni, falando em entrevista à agência Lusa e outros meios de comunicação social europeus em Bruxelas.

Nesta entrevista após a divulgação das previsões macroeconómicas de inverno -- na qual a Comissão Europeia previu um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português de 4,1%, uma revisão em baixa da previsão de 5,4% feita em novembro -- o responsável notou que há, ainda assim, "alguns aspetos que são comuns a quase todos os países europeus neste momento" dado o ressurgimento de infeções e a adoção de novas restrições para conter a pandemia.

"A mensagem destas previsões, em suma, é que tivemos um 2020 menos mau do que esperado, mas estamos a entrar 2021 com menor crescimento do que estimado", referiu Paolo Gentiloni.

E exemplificou que "a queda no crescimento para 2020 foi importante em Portugal, mas houve alguns países europeus em pior situação do que os -7,6% registados em Portugal".

O comissário europeu insistiu que "2020 foi difícil" para Portugal, mas houve "outros países europeus mais afetados negativamente".

Em termos gerais, Paolo Gentiloni notou que a economia da União Europeia teve um "crescimento negativo no último trimestre, com algumas exceções".

"E teremos provavelmente um crescimento negativo no primeiro trimestre deste ano", concluiu, nesta entrevista à Lusa e outros meios europeus.

A previsão da Comissão Europeia para o PIB do primeiro trimestre em Portugal, uma queda de 2,1%, é a pior de toda a União Europeia, de acordo com as previsões hoje divulgadas, sendo que Grécia, Chipre, Malta e Luxemburgo não têm dados trimestrais disponíveis.

À queda de 2,1% no primeiro trimestre deverão seguir-se subidas do PIB de 1,8%, 4,1% e 0,8% no segundo, terceiro e quarto trimestres, respetivamente.

No conjunto da União Europeia, a queda deverá ser de 0,8% no primeiro trimestre, e na zona euro deverá ser de 0,9%.

Para o conjunto do ano, a Comissão Europeia prevê um crescimento do PIB português de 4,1%, uma revisão em baixa da previsão de 5,4% feita em novembro.

O executivo comunitário voltou também hoje a rever em baixa o ritmo da recuperação económica este ano na Europa, que "permanece nas garras da pandemia da covid-19", estimando que a zona euro cresça 3,8% e a União Europeia 3,7%.

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