BCP só admite discutir dividendos em setembro
O presidente executivo do BCP, Miguel Maya, disse hoje que o seu banco só admite voltar a discutir a distribuição de dividendos em setembro, após fazer uma avaliação das contas do primeiro semestre de 2021.
© Global Imagens
Economia Miguel Maya
"O banco não vai reavaliar o tema do dividendo relativamente ao exercício de 2020 nunca antes de setembro deste ano", disse hoje Miguel Maya aos jornalistas, acrescentando que o banco vai fazer "um 'assessment' [uma avaliação] da situação do banco, do capital, dos riscos" depois do primeiro semestre.
Miguel Maya, que falava na conferência de imprensa de apresentação de resultados do banco (lucros de 183 milhões de euros), referiu que "a primeira prioridade é a proteção do balanço do banco", numa altura em que se continua "a viver uma crise sanitária que não está ainda completamente definida, no alcance e profundidade".
"A nossa política, enquanto Comissão Executiva e tendo o suporte do Conselho de Administração, é em momentos de grande incerteza, proteção, reforço", referiu.
"Por isso, relativamente ao exercício de 2019, logo no primeiro trimestre, nós, da leitura que fizemos da abrangência dos riscos e da profundidade dos riscos, antes de qualquer recomendação do Banco Central Europeu, nós dissemos que não íamos fazer", apontou.
Os acionistas do BCP aprovaram em 20 de maio, em assembleia-geral, todos os pontos em votação, incluindo a retoma da distribuição de dividendos para quando ultrapassada a pandemia covid-19.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BCP refere ter sido aprovada a proposta de aplicação dos resultados do exercício de 2019.
Em cima da mesa estava uma proposta de pagamento da compensação salarial aos trabalhadores (no valor total 5,281 milhões de euros), para compensação parcial dos cortes que sofreram entre junho de 2014 e junho de 2017, mas não haverá distribuição de dividendos, tal como já tinha sido anunciado.
Sobre os dividendos, a proposta do banco liderado por Miguel Maya assinalava que "os potenciais impactos e incertezas associadas à atual situação da pandemia" aconselham "extrema prudência na aplicação dos resultados" justificando a "não distribuição de dividendos relativos ao exercício de 2019".
A proposta do Conselho de Administração reitera a intenção de, uma vez ultrapassada a crise e na medida em que o banco e a economia inicie a sua recuperação, "retomar a plena aplicação da política de dividendos" aprovada.
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