Investidores "exigem cada vez mais" políticas de igualdade às empresas

Os investidores institucionais e particulares "exigem cada vez mais" às empresas a implementação de políticas que promovam, entre outras coisas, a igualdade de género, disse hoje a presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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Lusa
08/03/2021 19:26 ‧ 08/03/2021 por Lusa

Economia

CMVM

Durante um debate, promovido pela Euronext, sobre igualdade de género, Gabriela Figueiredo Dias disse que, no âmbito das suas funções de regulador e supervisor, "há uma vontade clara dos investidores institucionais e particulares no sentido de exigir às empresas" práticas de igualdade de género e maior diversidade.

A responsável alertou, no entanto, para os resultados de tentativas em ligar o aumento de valor, por exemplo, a uma maior inclusão de mulheres em cargos em que hoje estão sub-representadas.

"Há uma pressão muito grande para serem encontradas, preparadas e estabelecidas métricas para medirem o impacto económico destas medidas", indicou, referindo que há "uma carga de subjetividade que não é captada pelas folhas de Excel".

"A diversidade é em si mesma um valor e deve ser praticada independentemente dos números", concluiu Gabriela Figueiredo Dias.

No mesmo debate, o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, disse que não gostava de quotas, mas não conhecia "nenhum outro instrumento que possa ajudar a partir o tal vidro ['glass ceiling', expressão inglesa que significa barreira à progressão] e é preciso ter a coragem de impor algo" para alterar o panorama.

Por sua vez, Paula Antunes da Costa, 'country manager' da Visa, referiu que "é importante distinguir a fase de entrada no mundo do trabalho" em que mulheres e homens parecem estar mais em igualdade de circunstâncias.

"À medida que vamos avançando para uma base intermédia de 'management' vamos perdendo isso", referiu, questionando a razão para esta situação acontecer.

"O 'pipeline' de talento feminino reduz-se de tal maneira que se torna mais difícil o acesso a cargos de topo", perguntando o que deveria ser feito "para que as mulheres com talento não abandonem o setor financeiro ou asoutras empresas".

Pedro Leitão, presidente executivo do banco Montepio, disse também que "não consta que, usando o mérito e as competências de base, haja uma dissonância da 'pool' de talento masculina e feminina. Portanto algo se passa nessa transição", vincou.

Os intervenientes pediram ainda mais políticas públicas para uma maior conciliação do trabalho com a vida pessoal.

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