Desconfinamento "é fundamental" mas com proteção dos trabalhadores
A secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, disse hoje que o desconfinamento é "fundamental", mas têm de ser garantidas todas as condições de proteção dos trabalhadores, o que "não tem acontecido".
© Lusa
Economia Covid-19
A líder sindical falava aos jornalistas à margem de um protesto organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (SinTAF), em frente à sede do Novo Banco, em Lisboa, contra o despedimento do trabalhador Nuno Matos.
"É fundamental garantir que há, de facto, as condições de saúde e segurança nos locais de trabalho, nos transportes, que há oferta de transportes suficiente e é necessário que haja o reforço do SNS [Serviço Nacional de Saúde], da escola pública e dos serviços públicos", afirmou Isabel Camarinha, acrescentando que "isto não tem acontecido".
A secretária-geral da CGTP ressalvou não ser da competência daquela estrutura avaliar o plano para um desconfinamento gradual apresentado pelo Governo na quinta-feira, do ponto de vista técnico ou científico, mas sublinhou que "este desconfinamento é fundamental", para "reativar todo o funcionamento do país".
"Agora, tem de ter garantidas todas as condições de proteção da saúde, a segurança e a vacinação, [que] tem de ser garantida a toda a população com a maior celeridade e isso também não está a ser assegurado, até porque o Governo deixou-se condicionar pela União Europeia e pelos grandes grupos e laboratórios", acrescentou.
Relativamente ao teletrabalho e à hipótese de várias empresas optarem por manter aquele regime depois da pandemia, Isabel Camarinha defendeu que, se isso acontecesse, só serviria para "aumentar os lucros das empresas, baixando-lhes custos de funcionamento".
"Há todo um acréscimo de despesas que têm de ser garantidas pelas empresas, muitas delas não estão a garantir e nós continuamos a exigir que garantam, porque o trabalhador não tem de estar a pagar aquilo que a empresa poupa de custos de funcionamento por ter os trabalhadores a trabalhar a partir de casa", sublinhou a líder da central sindical.
O primeiro-ministro, António Costa, apresentou, na quinta-feira, o plano de desconfinamento e disse que a reabertura do país será "a conta-gotas" a partir de 15 de março, considerando que, neste momento, se pode falar "com segurança" de uma "reabertura progressiva da sociedade".
Na primeira fase do plano, a partir de segunda-feira, reabrem as creches, os jardins de infância e o ensino presencial para o alunos do primeiro ciclo, bem como o comércio local ao postigo, os cabeleireiros e similares, com marcação, livrarias, bibliotecas e arquivos. Abrem ainda os 'stands' de automóveis e as agências imobiliárias.
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