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Lucros dos CTT caem 43% em 2020 para 16,7 milhões de euros

O lucro dos CTT recuou 42,9% no ano passado, face a 2019, para 16,7 milhões de euros, num ano marcado pela pandemia de covid-19, anunciaram hoje os Correios de Portugal.

Lucros dos CTT caem 43% em 2020 para 16,7 milhões de euros
Notícias ao Minuto

18:36 - 16/03/21 por Lusa

Economia CTT

As receitas subiram 0,7% para 745,2 milhões de euros, no período em análise, de acordo com informação disponível no 'site' da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) recuou 10,8% para 90,5 milhões de euros.

"A pandemia acelerou a tendência de queda do tráfego do correio como resultado da aceleração da digitalização", referem os CTT.

O tráfego do correio transacional caiu 16,6% no ano passado, "devido às quedas em todos os produtos, com exceção do correio verde (+40,9%) que manteve o crescimento ao longo do ano, sobretudo pela substituição de produtos (após descontinuidade das linhas de pré-pagos de correio registado e de correio azul)".

O tráfego do correio normal nacional caiu 15,8%, "sobretudo nos clientes contratuais dos setores da banca e seguros, telecomunicações e 'utilities' e do Estado, e o do correio registado foi de 13,8% maioritariamente no segmento B2B [entre empresas] no primeiro semestre".

Também a pandemia influenciou "também negativamente o tráfego do correio internacional", apontam os CTT.

"O decréscimo anual no correio internacional de saída foi de 28,1%, excluindo o efeito das eleições legislativas no mês de setembro de 2019 o decréscimo seria de 23,0%", apontam os Correios de Portugal.

Já o correio internacional de chegada "apresentou uma descida anual de 20,7%, fruto dos constrangimentos no transporte aéreo de carga".

Também o negócio do correio publicitário "foi bastante afetado" com a crise provocada pela covid-19 "a levar a um desinvestimento dos clientes, em alguns casos com suspensão integral dos envios e campanhas".

No que respeita ao tráfego de correio publicitário endereçado, o quarto trimestre "registou uma recuperação no ritmo de queda face aos 9M20 [nove primeiros meses de 2020] (-10,9% e -20,0%, respetivamente)". No total do ano, o tráfego de correio publicitário não endereçado registou um decréscimo de 20,9%.

No ano passado, as soluções empresariais registaram rendimentos de 15,9 milhões de euros (+54,8%).

Em 2020, os rendimentos de filatelia situaram-se em 5,6 milhões de euros, menos 17,4% face a 2019.

Já os rendimentos operacionais de expresso e encomendas subiram 26,6% (ou mais 40,6 milhões de euros) para 193 milhões de euros.

"No quarto trimestre, os rendimentos atingiram um valor sem precedentes, 61,5 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 19,1 milhões de euros" face a 2019, ou seja, mais 45,2%.

O desempenho do negócio em Portugal no ano passado "resultou sobretudo do crescimento do CEP (Courier, Express and Parcels), cujos rendimentos ascenderam a 96,5 milhões de euros (28,6%)".

O 'marketplace' Dott, lançado em maio de 2019 em parceria com a Sonae, tinha no final de dezembro 1.394 vendedores presentes na plataforma (um aumento de 160 no quarto trimestre) e mais de três milhões de produtos disponíveis.

No final de dezembro, "havia cerca de 200 mil utilizadores registados (+15% face a setembro de 2020), evidenciando o forte crescimento e aceleração da digitalização e do 'e-commerce' [comércio eletrónico] no período de confinamento".

Os rendimentos em Espanha ascenderam no ano passado a 72,3 milhões de euros, mais 39,6% do que em 2019, e os de Moçambique subiram 10,6% para 2,7 milhões de euros.

No ano passado, os produtos financeiros registaram rendimentos de 30,8 milhões de euros, menos 8,3% do que em 2019.

Já os rendimentos relativos a vales cresceram 7,5% para seis milhões de euros, "devido à angariação do serviço de emissão de vales para pagamento do subsídio de desemprego e outras prestações sociais, com início no final do ano de 2019".

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