A situação na Groundforce continua "dramática", conforme descreveu o Ministério das Infraestruturas e Habitação na terça-feira. A solução atual passa, ao que tudo indica, por um aumento de capital da empresa, o qual a Pasogal está disponível para "considerar", mas a verdade é que os trabalhadores precisam de uma resposta imediata e "não podem continuar à espera".
Numa carta enviada à TAP, a que a Lusa teve acesso, a Pasogal, de Alfredo Casimiro, diz estar disponível "para considerar a realização de um aumento do capital social da SPdH, reservado a acionistas, na modalidade de aumento de capital por novas entradas em dinheiro, com emissão de novas ações, a subscrever a um valor por ação baseado na avaliação da SPdH [Groundforce] já feita em 2018 pela Sycomore Corporate Finance".
Na missiva, o acionista que detém 50,1% da empresa de 'handling' (assistência em aeroportos) diz que "esse aumento de capital, a deliberar oportunamente em Assembleia Geral da SPdH", terá "como pressuposto a reunião das condições necessárias à preservação e continuidade da empresa", acrescentando que "só dessa forma" se poderá garantir a manutenção dos seus 2.400 postos de trabalho.
A carta foi enviada à TAP depois de o Governo dizer que estava a aguardar uma resposta oficial do acionista privado da Groundforce, Alfredo Casimiro, à proposta de aumento de capital da empresa feita no domingo pela TAP.
"É importante que o sócio maioritário da Groundforce responda oficialmente à proposta do Grupo TAP com aquelas que são as suas intenções neste processo, para que se possa o quanto antes resolver a situação dramática que se vive na empresa", refere o Ministério numa nota escrita enviada à agência Lusa, na terça-feira.
Segundo salienta, "os trabalhadores da Groundforce não podem continuar à espera que Alfredo Casimiro viabilize, de uma vez por todas, a resolução desta situação, uma vez que a perda de salário afeta cerca de duas mil famílias neste momento".
Ao que indica o ECO, Alfredo Casimiro desenhou uma série de pedidos na carta que enviou à TAP e ao Governo, um dos quais é a renovação do contrato com a companhia aérea, que é responsável por 70% do negócio da Groundforce.
Qual é a solução proposta pela TAP?
O grupo TAP propôs disponibilizar à Groundforce 6,97 milhões de euros, através de um aumento de capital e não de um adiantamento, como estava a ser negociado, para desbloquear o impasse e evitar um "cenário de rutura iminente".
"O valor em causa será disponibilizado pelo Grupo TAP à SPdH [Groundforce], não a título de adiantamento do pagamento de serviços a prestar pela SPdH à TAP, mas através de um aumento do capital social da SPdH, de 500.000 euros para 7.470.000 euros, mediante a subscrição de 697.000 novas ações ordinárias a emitir com o valor nominal de 10 euros cada, a realizar por novas entradas em numerário, e a subscrever integralmente por uma empresa do Grupo TAP [o "Aumento de Capital SPdH"]", de acordo com uma carta, a que a Lusa teve acesso, enviada no passado domingo pela TAP ao acionista maioritário da Groundforce, Alfredo Casimiro.
Na semana passada soube-se que as ações da Pasogal já estão penhoradas, não podendo ser dadas como garantia para receber um adiantamento da TAP que serviria para pagar os salários aos 2.400 trabalhadores, nem para um empréstimo, para fazer face às necessidades de tesouraria a curto e médio prazo.
Leia Também: Pasogal disponível para considerar aumento de capital da Groundforce