Acordo com Groundforce é "de curto prazo", é preciso "solução estrutural"
O presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, disse hoje que o princípio de acordo hoje alcançado com a Groundforce é uma "solução de curto prazo" e continua a ser preciso desenhar uma "solução estrutural".
© Lusa
Economia Groundforce
"Confirmando-se amanhã [sexta-feira] o princípio de acordo que foi hoje atingido, teremos condições para resolver no muito curto prazo a situação que a Groundforce e os seus trabalhadores vivem", explicou Miguel Frasquilho aos deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
"Esta não é uma solução estrutural, isto trata-se de uma solução de curto prazo", sublinhou o responsável, apontando que é necessário que nas próximas semanas ou meses, os intervenientes nas negociações continuem a trabalhar "para que uma solução estrutural possa ser desenhada".
O presidente do Conselho de Administração da Groundforce, Alfredo Casimiro, também ouvido esta tarde pela mesma comissão parlamentar, tinha já dito que o acordo hoje anunciado era um "balão de oxigénio" de dois meses, mas, se não forem disponibilizados mais fundos, a empresa "vai definitivamente para a falência".
A Groundforce anunciou hoje que alcançou um princípio de acordo com a TAP, acionista minoritário da empresa de 'handling' com 49,9% do seu capital, que permitirá desbloquear as verbas necessárias para o pagamento dos salários dos trabalhadores.
O acordo, que se se consolidar poderá ser assinado na sexta-feira, prevê a compra pela TAP de equipamentos da Groundforce por cerca de sete milhões de euros, passando a empresa de 'handling' a pagar à companhia aérea pelo aluguer deste material.
O presidente do Conselho de Administração da TAP precisou que entre os ativos a adquirir estão tratores, escadas, autocarros e todo o tipo de equipamentos utilizados na prestação de serviços nos aeroportos.
"Estamos à espera que nos seja concedida também a lista de todos os equipamentos que a Groundforce tem", disse Miguel Frasquilho.
O responsável da TAP explicou que a companhia aérea começou a fazer adiantamentos de pagamentos de faturas por serviços prestados pela Groundforce em agosto do ano passado, e, a partir de novembro, adiantamentos por serviços que seriam prestados no futuro.
Porém, em janeiro, o Conselho de Administração da TAP deliberou que, por forma a continuar a prestar adiantamentos à Groundforce, teriam de ser prestadas garantias por parte da empresa de 'handling'.
"O grupo TAP está sob assistência da Comissão Europeia, como se sabe, e, portanto, uma coisa é aquilo que pode fazer na sua relação de cliente, [...] mas não pode de forma nenhuma conceder apoio financeiro explícito, ou seja empréstimos, a outras entidades, isso estava completamente vedado", esclareceu Miguel Frasquilho.
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