Em conferência de imprensa, Rodrigo Costa defendeu que "os dividendos são sustentáveis", referindo que o grupo tem "um free cash free robusto" e reservas "mais do que adequadas". "Nesta matéria estamos a cumprir o que nos propusemos a fazer há três anos", rematou.
O Conselho de Administração do grupo irá propor este valor à Assembleia-Geral (AG) do grupo, marcada para 23 de abril, segundo foi divulgado hoje, na apresentação de resultados da REN.
Assim, este órgão, "irá propor, na Assembleia Geral de Acionistas a 23 de abril, o pagamento de um dividendo de 17,1 cêntimos por ação, em linha com os anos anteriores e com a atual política de dividendos", lê-se numa apresentação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A REN - Redes Energéticas Nacionais registou, no ano passado, lucros de 109,2 milhões de euros, uma redução de 8,1% face a 2019, adiantou hoje a empresa, em comunicado.
O grupo salientou que esta queda aconteceu, "apesar da melhoria dos resultados financeiros, que baixaram 5,7 milhões de euros para -46,8 milhões de euros, principalmente devido a um menor custo da dívida (redução de 2,1% para 1,8%). A dívida líquida também recuou 3% para 2,741.9 milhões de euros", de acordo com a mesma nota.
"A REN continuou a ser penalizada pela CESE [Contribuição Extraordinária do Setor Energético], que desde 2020 também se aplica à Portgás, e que registou um aumento de 3,7 milhões de euros, totalizando 28,1 milhões de euros", disse o grupo.
"A taxa efetiva de imposto situou-se nos 40%, um valor semelhante ao de 2019. Desde o seu início, o peso da CESE nas contas da REN já ascende a 180 milhões de euros", acrescenta a empresa liderada por Rodrigo Costa.
Por sua vez, o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) baixou 3,3% para 470,2 milhões de euros, indicou a REN, salientando que "para este resultado contribuíram a menor remuneração dos ativos (-23,8 milhões de euros devido à descida das taxas da dívida soberana e aos novos parâmetros no quadro regulatório do gás) e uma menor contribuição do OPEX".
Ainda assim, o EBIDTA foi "positivamente influenciado pelo negócio internacional, nomeadamente pela consolidação da Transemel no Chile", lê-se na mesma nota.
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