Lucro da Bosch cai 64% em 2020 devido ao impacto da pandemia
O lucro líquido do grupo alemão Bosch caiu 64% em 2020 para 749 milhões de euros, face aos 2.060 milhões de euros conseguidos em 2019, devido ao impacto da pandemia, segundo dados hoje divulgados pela empresa.
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Economia Covid-19
A empresa explica que a pandemia da covid-19 teve impacto nos resultados do grupo, com as vendas a caírem 6,4% em 2020, face a 2019 (4,3% após o ajuste para efeitos da taxa de câmbio), totalizando 71,5 mil milhões de euros.
No entanto, a multinacional alemã sinaliza "um ano de negócios melhor do que o esperado".
Segundo o diretor financeiro (CFO), Stefan Asenkerschbaumer, citado num comunicado enviado pelo grupo, "a melhoria das vendas no segundo semestre do ano, bem como economias de custo significativas, ajudaram a amortecer o impacto da pandemia", explica.
O grupo Bosch gerou um lucro de operações antes de juros e impostos (EBIT) de dois mil milhões de euros e a margem EBIT das operações atingiu os 2,8%, acrescenta.
O índice de capital próprio líquido permaneceu num nível elevado de 44%, enquanto o fluxo de caixa livre atingiu um nível recorde de 5,1 mil milhões de euros.
"A Bosch superou de forma positiva o primeiro ano da pandemia de coronavírus", resumiu o presidente do conselho de administração da Bosch, Volkmar Denner, durante a apresentação dos resultados, referindo que a Inteligência Artificial e a eletromobilidade são o caminho a seguir.
Para este ano, a Bosch espera que a economia global cresça pouco menos de 4%, após uma contração de cerca de 3,8% no ano passado.
"Embora tenhamos tido um início confiante em 2021, a pandemia continua a representar riscos significativos", explica Asenkerschbaumer.
O CFO acrescenta que a Bosch está particularmente ciente dos constrangimentos de mercado no setor automóvel, especialmente a elevada procura de semicondutores.
"Nesta profunda transformação, 2021 será um ano muito importante e desafiante para nós", disse o responsável citado na nota, referindo que vê a empresa numa situação de liquidez satisfatória.
"A Bosch continua a desfrutar de uma estrutura financeira saudável e isso permitirá que se concentre em áreas de importância futura", disse.
Por regiões, na Europa, as vendas do ano foram de 38 mil milhões de euros (5,1% abaixo do registado no ano anterior), na América do Norte, as vendas totalizaram 10,7 mil milhões de euros, representando uma queda de 15,5%.
Na América do Sul, os efeitos da taxa de câmbio tiveram um impacto particularmente pronunciado nas vendas, com 1,1 mil milhões de euros e as vendas recuaram 22,3% em relação ao ano anterior.
Na Ásia-Pacífico, incluindo outras regiões, a rápida e forte recuperação do mercado na China amorteceu os efeitos da pandemia do coronavírus, com as vendas a caírem apenas 2,6% para 21,7 mil milhões de euros.
Denner admite que a transformação da Bosch custará empregos por um lado, mas acrescentou que também trará novas perspetivas para os colaboradores, por outro.
Nas suas fábricas centrais, a Bosch está a adquirir competências de desenvolvimento e produção de sistemas a gasolina e diesel e a aplicá-las a novas tecnologias, como é o caso das células de combustível.
"Já preenchemos mais da metade dos nossos postos de trabalho relacionados com a eletromobilidade com colaboradores do setor dos motores de combustão", disse.
Em 31 de dezembro de 2020, o Grupo Bosch empregava cerca de 395.000 colaboradores em todo o mundo, um número que reflete cerca de 3.100 pessoas a menos do que no ano anterior, representando uma queda de cerca de 1%.
O número de colaboradores diminuiu principalmente na Ásia-Pacífico.
Na Alemanha, o número de colaboradores permanece nos 131.800.
Em todo o mundo, segundo os dados da empresa, o número de investigadores e engenheiros aumentou de cerca de 600 para cerca de 73.200 e o número de técnicos de desenvolvimento 'software' também cresceu mais de 10% para cerca de 34.000.
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