PIB do 1.º trimestre representa 90,8% do nível de atividade pré-pandemia
O PIB do primeiro trimestre representa 90,8% do nível de atividade antes da pandemia, comprovando que há um "longo caminho a percorrer" para ultrapassar o impacto económico da covid-19, sublinha hoje o núcleo de economistas da Católica.
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Economia Católica
O alerta integra uma nota com um comentário às Contas Nacionais, divulgadas hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), do Católica Lisbon Forecasting Lab -- NECEP.
Na nota, os economistas da Universidade Católica sublinham que "o PIB no 1.º trimestre ficou-se pelos referidos 90,8% do nível do 4.º trimestre de 2019, um registo próximo do relativo a Espanha (90,6%), o que atesta bem o longo caminho a percorrer para ultrapassar os efeitos económicos da pandemia e confinamentos nas duas economias ibéricas".
Contudo, os economistas realçam que, em nível, o PIB do 1.º trimestre está, ainda assim, "bem melhor do que os 82,6% observados no 2.º trimestre do ano passado onde o choque na economia foi sentido com grande severidade".
Segundo os dados do INE, no 1.º trimestre o PIB caiu 3,3% em cadeia, tratando-se "da maior queda em cadeia reportada nas séries longas do PIB (desde 1977), excluindo as quedas da primeira metade de 2020, um reflexo da severidade do confinamento em vigor", comenta o NECEP.
Já em termos homólogos, segundo o INE, o PIB recuou 5,4%, "sendo já influenciado pelo efeito do primeiro trimestre de 2020", referem os economistas da Católica.
O NECEP destaca o contributo negativo da procura interna, especialmente do consumo privado, que segundo realçam é o "agregado mais afetado pelos confinamentos de acordo com o sinalizado por diversos indicadores de alta frequência, incluindo as vendas de combustíveis e veículos ligeiros de passageiros ou as operações na rede Multibanco".
"O contributo da procura externa líquida foi também negativo sendo penalizado pelas exportações de serviços onde se inclui o turismo, uma fileira particularmente afetada pelas restrições à mobilidade interna e externa que vigoraram nos primeiros meses deste ano", acrescentam os economistas.
Segundo o NECEP, "há um forte desalinhamento entre a forte contração do PIB e a ligeira melhoria do desemprego, o que mostra que o emprego e a atividade económica beneficiaram de elevados estímulos, subsídios e financiamentos, distribuídos pelo Estado no primeiro trimestre do ano".
O núcleo de economistas da Católica comenta ainda os dados do Eurostat que dão conta de uma contração de 0,6% em cadeia registada na zona euro e uma queda homóloga de 1,8%.
De acordo com o NECEP, "Portugal é o país com pior desempenho da zona euro e também da União Europeia entre as economias que divulgaram o respetivo andamento do PIB no 1.º trimestre, não apenas na variação em cadeia, mas também em termos homólogos".
"A maior gravidade da queda em Portugal sugere que a sua especialização produtiva acentuou o efeito negativo dos confinamentos e da pandemia e, também, que o nível agregado dos apoios à economia terá sido menor face às demais economias europeias", salientam os economistas.
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