"Nós estamos a favor da bilhética, o que trouxe esta divergência é a forma como se implementou. Estamos a sofrer um desconto de 1,5 meticais [0,02 euros] por cada passageiro e isso é o que criou este desentendimento", disse hoje à Lusa Castigo Nhamane, presidente da Federação Moçambicana de Associações dos Transportes Rodoviários (Fematro).
Na segunda-feira, gerou-se o caos nas paragens de transportes de algumas rotas entre Maputo e Matola, com centenas de pessoas nas ruas e nem um autocarro, paralisados em contestação ao sistema, tendo sido retomadas hoje as atividades após um encontro com a vice-ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo.
Segundo o presidente da Fematro, num memorando assinado em 2017 com o Governo, foi acordado que este pagaria um subsídio de transporte aos passageiros, no qual seria descontado o valor dos serviços da bilhética.
Mas o subsídio não foi introduzido e o desconto pelos serviços da bilhética é retirado do valor do transporte, isto é, das contas dos transportadores, de acordo com a fonte.
"A solução é voltar ao acordado em 2017, que haja um fundo que suporte estes custos que não podem ser tirados do transportador, que há tempos clama pela atualização da tarifa de transporte", concluiu Castigo Nhamane.
As conversações com o Governo para resolver o problema continuam na quinta-feira, com os transportadores a pedirem o reajuste da tarifa de transporte ou que se atribua o subsídio ao transportado.
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