"Os dados da nossa economia em abril e em maio são extremamente positivos e estão a surpreender todos os observadores pela positiva: o emprego está a aumentar, vemos os níveis de confiança nas empresas e nos consumidores muito elevados", afirmou Pedro Siza Vieira, em declarações aos jornalistas portugueses em Bruxelas.
Questionado sobre as previsões económicas mais recentes da Comissão Europeia -- que apontam para uma subida do PIB português de 3,9% este ano e de 5,1% em 2022 --, o governante assinalou que "estas projeções fazem-se sempre em função da melhor informação disponível em cada momento".
"E o que posso dizer é que a informação que temos disponível neste momento nos leva a estar um pouco mais otimistas relativamente à forma como a economia portuguesa se vai comportar ao longo deste ano", salientou Pedro Siza Vieira.
A contribuir para esta estimativa do executivo está o "grande comportamento da indústria exportadora" portuguesa e ainda "o regresso da atividade turística", que permitem "pensar que, no final do ano, o crescimento da economia portuguesa vai ser superior àquele que se estimava", salientou o ministro.
Nesta conversa, um dia antes de representar a presidência portuguesa da União Europeia no Conselho de Competitividade, que decorre entre quinta-feira e sexta-feira, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital apontou também que, "à medida que os planos de vacinação vão sendo executados em Portugal, no resto da UE e nos Estados Unidos são criadas condições de normalização da vida social e por isso também de retoma das atividades económicas".
"Julgo que a conjugação dessa normalização da situação epidemiológica com o desenvolvimento de pacote de estímulos muito grandes e uma grande apetência pelo consumo que estamos a ver em todos os países europeus [...] permite-nos encarar com mais confiança os próximos tempos", salientou Pedro Siza Vieira.
Porém, "nunca podemos afastar cenários adversos", salvaguardou Pedro Siza Vieira.
Desde o dia 17 de maio que os passageiros de voos originários dos países que integram a União Europeia, países associados ao Espaço Schengen (Liechtenstein, Noruega, Islândia e Suíça) e Reino Unido, que apresentem uma taxa de incidência de infeção por SARS-CoV-2 inferior a 500 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, podem realizar todo o tipo de viagens para Portugal, incluindo viagens não essenciais (como para turismo).
No que toca à vacinação, e de acordo com o relatório semanal divulgado na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, um total de 3.526.688 pessoas (34% da população portuguesa) já estão vacinadas com a primeira dose e 1.654.55 (16% da população portuguesa) já têm a vacinação completa em Portugal.
Na semana passada, em entrevista à Agência Lusa, o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, admitiu que o PIB português poderá crescer até um ponto percentual acima dos 4% esperados, devido a uma mudança "muito rápida" das condições económicas.
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