Na nota, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) e Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), deram conta dos resultados de uma reunião com a empresa, na qual foram informados de que "os adiantamentos da TAP à Groundforce ficam saldados em 31 de maio de 2021, passando os serviços de 'handling' [assistência em terra nos aeroportos] a serem pagos normalmente daí em diante".
Num acordo, celebrado em 19 de março, a TAP comprou os equipamentos da Groundforce por cerca de sete milhões de euros, uma solução de curto prazo, que permitiu resolver os problemas mais urgentes da empresa, como pagar os salários de fevereiro e março em atraso aos 2.400 trabalhadores, enquanto não existia uma solução para as restantes verbas de que necessita, para fazer face aos prejuízos causados pela pandemia.
Este acordo, que prevê também que a Groundforce pague 461.762 euros mensais à TAP pelo aluguer dos equipamentos que necessita para a operação e que a companhia lhe comprou, foi alcançado com os votos favoráveis dos dois administradores da Groundforce nomeados pela TAP.
No entanto, em 10 de maio, TAP requereu, na "qualidade de credora", a insolvência da SPdH - Serviços Portugueses de Handling, S.A. (Groundforce) "junto dos Juízos de Comércio de Lisboa do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa", disse a companhia, em comunicado.
A transportadora justificou que o objetivo da ação passa por, "se tal for viável", salvaguardar "a viabilidade e a sustentabilidade da mesma, assegurando a sua atividade operacional nos aeroportos portugueses".
No mesmo comunicado, hoje divulgado, os sindicatos adiantaram que a empresa vai optar pelo requerimento de um "novo apoio do IEFP (que permite à SPdH/Groundforce receber dois salários mínimos por cada trabalhador que esteve em redução no primeiro trimestre de 2021, acrescido de uma redução de 50% da TSU durante 2 meses), o que resultará numa diferença significativa relativamente ao atual apoio à retoma, num benefício para a SPdH/Groundforce no valor de cerca de três milhões de euros".
Os sindicatos garantem que "optar por este novo apoio significa também já no imediato que em junho já não haverá reduções de tempo de trabalho, o que é relevante e significa também mais um passo em direção à normalidade".
As estruturas recordaram ainda que os salários de maio serão pagos "na íntegra", ainda que "faseados por dificuldades de tesouraria".
"Assim, no dia habitual, será pago no mínimo 85% do salário líquido, sendo o restante pago até dia 10 de junho (previsivelmente antes, mas no limite até 10 de junho, uma vez que à data de hoje faltam cerca de 280 mil euros para o pagamento integral dos salários)", referiram.
Além disso, a administração e diretores "apenas receberão o seu salário depois dos trabalhadores terem recebido 100%" e os "feriados de abril serão pagos com o salário de junho".
Os sindicatos adiantam ainda que "o aumento da atividade será suficiente para pagar salários, impostos e alguns fornecedores a partir de junho" e que "por força da enorme sazonalidade semanal que se verifica em Lisboa neste momento alguns horários de trabalho estão a ser ajustados às necessidades operacionais que se verificam" e que esperam se "possam tornar mais homogéneas nas próximas semanas".
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