A comparação de resultados estatísticos disponíveis para o primeiro ano da pandemia - de março de 2020 a fevereiro de 2021 - com o período pré-pandémico - de março de 2019 a fevereiro de 2020 -, "permite ter uma noção mais informada sobre o impacto da pandemia e avaliar os seus efeitos nas várias áreas", de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Por isso, o INE divulgou o relatório 'Um ano de pandemia: uma breve síntese', a partir do qual sublinha os sete pontos que se seguem:
- Número médio mensal de 11.170 óbitos aumentou 21,9%, que conjugado com a redução dos nados vivos (-4,8%), determinou um agravamento do saldo natural negativo que passou de 23.441, no ano pré-pandémico para 51.680 no primeiro ano da pandemia;
- Em comparação com o ano anterior, redução do emprego em 2,1%, aumento da taxa de desemprego de 6,7% para 7,2% e da taxa de subutilização do trabalho de 12,9% para 14,5%, "não obstante as medidas de política de apoio ao emprego e ao rendimento como o lay-off simplificado e que terão impedido que se tenham atingido resultados no mercado de trabalho semelhantes aos verificados durante o programa de ajustamento da economia portuguesa";
- Contração de 8,4% do PIB em volume face ao ano pré-pandémico;
- Diminuição mais acentuada das importações de bens que das exportações (-17,4% e -11,2%, respetivamente), permitindo uma redução do défice comercial;
- Impacto muito negativo nas atividades turísticas e conexas, "com especial destaque para a contração da procura dos respetivos serviços pelos não residentes, determinando que a balança de bens e serviços tenha apresentado um saldo negativo apesar da redução do défice comercial";
- Atividade da construção apresentou alguma resiliência, revela o INE, "tendo-se registado nomeadamente um crescimento em termos médios nas transações de alojamentos novos (+7,3% em valor), das vendas de cimento em quantidade (+8,0%) e um aumento de 7,8% dos preços da habitação, relativamente ao ano pré-pandémico";
- No domínio do ambiente, redução de 13,7% na emissão de gases de efeito de estufa (variação de -9,9% no período pré-pandemia).
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