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Jornal digital das comunidades saúda acesso a publicidade institucional

O diretor do jornal digital das comunidades Bom Dia, Raúl Reis, saudou hoje a alteração à lei da Publicidade Institucional, aprovada em fevereiro em Comissão Parlamentar, que assegura o acesso aos órgãos de comunicação social das comunidades.

Jornal digital das comunidades saúda acesso a publicidade institucional
Notícias ao Minuto

09:25 - 15/06/21 por Lusa

Economia Bom dia

"Essa legislação [anterior] não previa de forma nenhuma, publicidade institucional em órgãos [de comunicação social] da diáspora. Isso foi alterado recentemente graças a pressões dos deputados da emigração e da própria secretária de Estado das Comunidades, e isso vai permitir, por exemplo, ao Bom Dia ou a outros jornais uma publicidade ao Turismo de Portugal ou anunciar as inscrições para os emigrantes nas universidades portuguesas", disse Raúl Reis à Lusa.

O projeto de Lei 652/XIV/2, que assegura o acesso às campanhas de publicidade institucional do Estado aos órgãos de comunicação social direcionados às comunidades portuguesas no estrangeiro foi aprovado por unanimidade em 23 de fevereiro pela Comissão de Cultura e Comunicação.

Raúl Reis considerou que este mecanismo poderá ajudar os órgãos de comunicação social focados nas comunidades.

O diretor do mais antigo jornal 'online' das comunidades portuguesas -- algo que o enche a si "de orgulho" --, abordou também algumas das principais dificuldades destes órgãos de comunicação social, que mudaram e são agora mais profissionalizados.

Com uma equipa próxima dos 100 colaboradores -- uns voluntários, outros profissionais --, o Bom Dia é uma associação sem fins lucrativos, mas necessita de fundos para pagar as despesas decorrentes da atividade.

Um outro problema abordado pelo diretor do jornal 'online' foi a falta de perceção por parte das autoridades portuguesas do alcance destas publicações.

"Eu diria que a grande dificuldade é chegar ao mercado português e também uma perceção por parte das autoridades portuguesas -- do Governo, das instituições, autarquias -- que não têm consciência de que os meios de comunicação das comunidades são, se calhar, o primeiro meio para chegar a consumidores ou turistas", disse, acrescentando que "é importante que se perceba em Portugal que a emigração é uma grande clientela".

Sobre os 20 anos da publicação, assinalados no passado dia 10 de junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, Raúl Reis disse que se os primeiros dez anos foram para a afirmação do Bom Dia, os últimos dez foram marcados pelo "desafio de acompanhar a evolução".

"Agora o desafio é constante. A nível de internet, os serviços, os conteúdos, as plataformas estão sempre a mudar. Se nos dez primeiros anos o desafio era afirmarmo-nos, os dez seguintes foram talvez o desafio de acompanhar a evolução. Quando nós aparecemos não havia Facebook, e, atualmente, mais de metade das nossas visitas dependem do Facebook", explicou.

Raúl Reis abordou também os efeitos da pandemia da covid-19, destacando que a forma de trabalho do Bom Dia "não mudou rigorosamente nada".

"Nós, antes da pandemia, já trabalhávamos à distância. As pessoas que fazem a redação estão em três países diferentes, e isso já era assim há três anos, e, portanto, a pandemia não nos afetou nesse sentido", disse.

Por outro lado, o responsável assinalou que a pandemia trouxe problemas em áreas como o financiamento.

"Neste momento a grande dificuldade durante a pandemia foi que nós apostámos muito no mercado da saudade. Temos um comercial em Portugal a tratar de trazer publicidade de empresas portuguesas que querem chegar à diáspora, mas a maioria das empresas portuguesas fechou-se em copas porque não sabia no que é que isto [pandemia] ia dar", lamentou.

Porém, o diretor da publicação saudou a "sorte de ter um pequeno apoio da secretaria das Comunidades, que apoiou os órgãos de comunicação social da diáspora, tal como o Governo apoiou a imprensa em Portugal".

"Neste momento, a situação está estabilizada, mas ainda não voltámos ao nível de publicidade que tínhamos há dois, três anos", concluiu.

Leia Também: ASF quer novas competência na supervisão de publicidade

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