Exemplo espanhol deve ser seguido para potenciar Caminhos de Santiago
A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, defendeu hoje que Portugal deve seguir o exemplo espanhol para transformar os Caminhos de Santiago num "ativo económico de primeira grandeza".
© Global Imagens
Economia Rita Marques
"Nos anos 80 [do século XX], os Caminhos de Santiago surgiram em Espanha como um ativo de primeira grandeza, com grande valor cultural e económico", afirmou a governante, assinalando que se Portugal se inspirar na estrutura galega haverá "três grandes trabalhos de casa".
Rita Marques indicou a necessidade de se avançar para a "identificação e proteção legal dos itinerários", para a "criação e manutenção das infraestruturas" e, "não menos importante", frisou, para "a promoção e valorização".
A secretária de Estado interveio, por via digital, na sessão de abertura do 1.º Congresso Internacional do Caminho de Santiago - Caminho das Torres, que está a decorrer em Amarante, no distrito do Porto, um dos 25 concelhos atravessados por aquele itinerário de peregrinação.
Falando para autarcas do norte e centro do país, assim como representantes de outras entidades ligados ao turismo e à cultura, Rita Marques sinalizou que o trabalho a realizar constitui "um caminho que tem de ser percorrido por entidades ligadas à cultura, ao turismo, por uma comissão de certificação e pelas entidades gestoras dos itinerários".
"O trabalho em rede, envolvendo parceiros públicos e privados, é fundamental para projetar, além-fronteiras, os nossos ativos culturais, que são extraordinários", assinalou, felicitando os autarcas "pela parceria neste projeto, nesta intenção de trabalhar mais um Caminho de Santiago".
"Este é um projeto transversal, que atravessa vários territórios, com uma dimensão territorial muito interessante", observou, reafirmando que o turismo religioso "é um dos produtos mais importantes do portefólio" turístico português.
Referiu, ainda, a propósito, que já está certificado o Caminho Central do Alentejo e que estão em fase de certificação outros caminhos, como o Caminho da Costa, no norte do país, e o Caminho Central, no centro.
A designação de Caminho de Torres deriva do poeta espanhol Diego de Torres Villaroel, natural de Salamanca, cidade onde começa o traçado com 235 quilómetros.
Em 1737, o poeta foi em peregrinação desde a sua cidade natal até Santiago de Compostela, na Galiza, Espanha, pelo trajeto que acabou por herdar o seu nome até à atualidade.
Em território português, o Caminho de Torres percorre 15 municípios das regiões norte e centro, abrangendo cinco comunidades intermunicipais (Tâmega e Sousa, Alto Minho, Cávado, Douro e Ave) começando em Sernancelhe, no distrito de Viseu, e terminando em Valença, no alto Minho, na fronteira com Espanha.
Sernancelhe, Moimenta da Beira, Tarouca, Lamego, Peso da Régua, Mesão Frio, Baião, Amarante, Felgueiras, Guimarães, Braga, Vila Verde, Ponte de Lima, Paredes e Coura e Valença são localidades atravessadas pelo traçado que adota antigas estradas medievais.
Na sessão de abertura, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Gonçalo Rocha, destacou o potencial económico dos Caminhos de Santiago, nomeadamente, o Caminho de Torres, que atravessa aquela região, e a importância de os diferentes agentes políticos e económicos, incluindo os municípios, trabalharem em rede para potenciar "um produto económico de excelência".
O congresso vai decorrer até sexta-feira no Centro Cultural de Amarante, estando previstas intervenções de representantes das várias comunidades intermunicipais e entidades ligadas ao turismo, cultura e planeamento, incluindo espanholas.
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