Cabo Verde quer retomar cooperação económica com Angola
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, reuniu-se hoje com o Presidente angolano, João Lourenço, assumindo o objetivo de retomar a cooperação económica com Angola, afetada pela pandemia, nomeadamente nos transportes aéreos e marítimos.
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Economia Ulisses Correia e Silva
Em declarações aos jornalistas na ilha do Sal, após o encontro com o chefe de Estado angolano, que fez escala esta tarde no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral em viagem para Nova Iorque, o primeiro-ministro reconheceu que as relações bilaterais e a implementação dos acordos alcançados entre os dois países foram afetados, na sua execução, pela pandemia de covid-19, mas sublinhou que a cooperação económica com Angola "tem um campo muito vasto de desenvolvimento".
"Na sequência da visita que eu fiz em 2018 assinamos um conjunto de protocolos que, infelizmente, pela situação da covid-19, tem sido difícil de concretizar, mas vamos retomar. Há vontade de ambos os lados, particularmente no setor dos transportes aéreos, para aproveitarmos bem as duas localizações, de Luanda na África do sul e central, e de Cabo Verde na África ocidental, fazendo pontes entre África, a Europa e as Américas", explicou.
"E o facto é que nós temos hoje uma empresa angolana a operar no setor dos transportes aéreos, nos voos domésticos, a BestFly. Temos um campo de desenvolvimento interessante e iremos discutir quando eu for a Luanda, para participar na cimeira [da CPLP, em julho], ver como podemos retomar estas áreas de cooperação, particularmente a cooperação económica", afirmou o chefe do Governo de Cabo Verde, país que detém atualmente a presidência rotativa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Ulisses Correia e Silva diz que os dois países podem reforçar as relações económicas, nomeadamente nos transportes.
"Essencialmente atraindo investimento privado e participação privada. Os governos criam as condições para que os investimentos aconteçam, para que os empreendedores aproveitem as oportunidades, e por exemplo isso está a acontecer nos transportes aéreos interilhas. Temos possibilidades de estabelecer boas parcerias nos transportes aéreos internacionais, também no setor marítimo. É isto que vai ser trabalhado para que possamos dar um novo impulso", disse ainda.
Cabo Verde assumiu a presidência rotativa da CPLP na XII cimeira de chefes de Estado e de governo da organização, realizada em julho de 2018, na ilha do Sal, sucedendo ao Brasil, que foi estendida por mais um ano devido à pandemia.
Na cimeira de Luanda, em 16 e 17 de julho, será Angola a assumir a presidência da organização, após a esperada aprovação do acordo de mobilidade interna preparado por Cabo Verde, tema que também esteve em cima da mesa da reunião de hoje entre Ulisses Correia e Silva e João Lourenço.
"Essencialmente a preparação da cimeira de Luanda, a cimeira da CPLP, tendo em conta que Angola assume a presidência, nós desejamos muito sucesso à presidência angolana e seguramente será", afirmou o primeiro-ministro cabo-verdiano.
A presidência angolana da CPLP será voltada para as relações económicas, algo que para Ulisses Correia e Silva "interessa a todos" os Estados-membros.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.
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