Um gráfico e três números que caracterizam a pandemia em Portugal
A ministra da Saúde diz que estamos numa "fase muito complicada", numa altura em que se prevê que a variante Delta vai ser predominante e o número de novos casos não para de aumentar. Contudo, as doses de vacinas administradas também estão a crescer. Em que fase da pandemia estamos?
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Economia Covid-19
O número de casos da Covid-19 continua a acelerar, numa altura em que o país está novamente a passar por uma "fase muito complicada", recuperando as palavras da ministra da Saúde, Marta Temido. Contudo, há um gráfico que acompanha os boletins diários da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia que mostra que Portugal já passou por uma situação muito pior - e isso está bem presente nas nossas memórias.
Aliás, foi por essa situação difícil que o país entrou em 2021 já com algumas restrições - no Ano Novo - e depressa entrámos num novo confinamento: prolongado, com muitas mortes e com o número de casos diários bem acima do 'patamar' dos 10 mil.
À medida que as semanas foram passando, o cenário foi melhorando. O número de novos casos diários foi desacelerando, ao mesmo tempo que a vacinação foi ganhando força.
Por consequência, o número de mortes tem sido mais reduzido, mas a verdade é que o ritmo de propagação da doença está novamente numa trajetória de crescimento, conforme indica o gráfico que se segue:
Número de novos casos confirmados em Portugal desde o início da pandemia© Reprodução do relatório da DGS
Este ritmo mais acelerado acontece num momento em que a frequência da variante Delta do novo coronavírus aumentou de forma galopante num mês, passando de 4% em maio para 55,6% em junho, segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
O resto do gráfico ainda está por preencher, mas a ministra da Saúde antecipa que "a situação ainda se vai complicar mais, antes de melhorar". Por outro lado, o microbiologista João Paulo Gomes considera que, dentro de duas a três semanas, a variante Delta será predominante em Portugal continental.
Três números a ter em conta: Mortes, casos confirmados e (cada vez mais) vacinados
O número de óbitos até ao momento é de 17.092, segundo o relatório da DGS desta terça-feira, dia 29 de junho. Este número revela uma das cicatrizes mais profundas que a pandemia deixa em Portugal - já para não falar do número total de mortes no resto do mundo. Já houve vários dias sem mortos desde o início da pandemia de Covid-19, mas a verdade é que a doença continua a levar várias vidas.
O número seguinte é o dos casos confirmados: 877.195. Este é o número total de pessoas que já tiveram Covid-19 em território nacional, das quais 345.390 no Norte do país, 338.702 na região de Lisboa e Vale do Tejo e 121.883 no Centro. Para completar a distribuição geográfica, o Alentejo contabiliza 30.933 casos acumulados, o Algarve 24.235, a Madeira 9.908 e os Açores 6.144.
Perante estes números, a vacinação assume-se como uma 'luz ao fundo do túnel', que vai dando esperança e confiança no futuro próximo.
Como está a correr a vacinação? Portugal ultrapassou, na segunda-feira, os oito milhões de vacinas administradas contra a Covid-19 só no território Continental. Os dados mais recentes revelam que mais de metade da população portuguesa (53%) já foi vacinada contra a Covid-19 com pelo menos uma dose, o que equivale a mais de 5,3 milhões de pessoas, anunciou, na terça-feira, a DGS.
Segundo o relatório semanal da vacinação, 5.335.683 pessoas já receberam pelo menos uma dose e 3.295.132 têm a vacinação completa, o que representa 32% da população.
Por regiões, o Norte continua a liderar no número de vacinas administradas, com cerca de 2,9 milhões, seguido de perto por Lisboa e Vale do Tejo, onde já foram administradas mais de 2,8 milhões de doses. Já quanto à cobertura vacinal da população, o Alentejo é a região com maior percentagem de pessoas com a vacinação completa (37%), seguindo-se a Madeira e o Centro (35%), o Norte (34%), os Açores (32%), o Algarve (29%) e Lisboa e Vale do Tejo (28%).
Vale também lembrar que Marta Temido admitiu, na segunda-feira, que a vacina contra a Covid-19 pode, no futuro, vir a fazer parte do Programa Nacional de Vacinação. "O progresso da ciência colocou-nos neste momento a vacina como uma oportunidade que temos para nos proteger", salientou a ministra.
Desde o início do plano de vacinação contra a Covid-19, a 27 de dezembro de 2020, Portugal já recebeu mais de 9,5 milhões de vacinas, com 8,3 milhões já distribuídas pelos postos de vacinação do território continental e pelas duas regiões autónomas.
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