Guiné. Ministro das Finanças não entende razões para greves recorrentes
O ministro das Finanças da Guiné-Bissau, João Fadiá, disse hoje não entender a justificação para a greve geral que afeta o país há vários meses e mostrou-se preocupado com as consequências para a educação aos jovens.
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Economia Guiné-Bissau
"Não vejo de facto como cidadão deste país que haja justificação para estas greves recorrentes, tendo em conta todo o esforço que o Governo faz", afirmou João Fadiá em entrevista a vários órgãos de comunicação social.
A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), principal central sindical do país, tem convocado, desde dezembro, ondas de greves gerais na função pública.
Em declarações à Lusa, na segunda-feira, o secretário-geral da UNTG, Júlio Mendonça, confirmou a entrega de um novo pré-aviso de greve para todo o mês de julho.
A greve tem estado a afetar principalmente os setores da educação e da saúde, principalmente na capital guineense.
Aos jornalistas, João Fadiá recordou os investimentos feitos no setor da saúde, principalmente no Hospital Nacional Simão Mendes com uma "alocução de recursos" mensal.
"Tudo isso deveria ser um fator de motivação, encorajamento, para que os profissionais de saúde e educação pudessem prestar um melhor serviço aos que contribuem para o seu salário, que é a população", afirmou João Fadiá.
Em relação ao setor da educação, o ministro disse não compreender como é que professores, que também são pais de "crianças que amanhã vão ser donos" do país deixem os filhos "passar por esta situação em que praticamente a cada ano letivo não se chega a lecionar metade da matéria que deveria ser lecionada".
"Acho que estamos a enganarmo-nos a nós mesmos, estamos a atribuir diplomas e certificados a cidadãos, conferindo-lhes habilitações que não são capazes de exercer", afirmou João Fadiá.
"Estamos a fazer mal a quem, penso que a nós mesmos, porque a nossa sociedade nunca se vai desenvolver e vamos ficar na causa", afirmou o ministro, salientando que a educação é fundamental e a não se está a conseguir formar quadros de qualidade no país.
"O mundo está a desenvolver-se e a Guiné-Bissau não, porque estamos a teimar em fazermos mal a nós mesmos, negando a educação aos nossos filhos", acrescentou.
João Fadiá insistiu que o Governo paga salários a todos os seus servidores e não compreende qual é o incumprimento.
"Se há dívidas e há atrasados vão-se pagando. Nós todos temos de realistas", concluiu.
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