Marcando presença nos Encontros Económicos de Aix-en-Provence, no sul de França, a presidente do BCE referiu que as duas ferramentas económicas podem ser melhoradas.
Em primeiro lugar, Lagarde saudou o "acordo que acabou de ser aprovado por 130 membros da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico]" acerca da taxação mínima e taxação digital.
"Creio que ainda não foi assinado, mas há um ímpeto que acionou isto e não o deixou parar. Espero que na próxima semana haja mais acordos", disse, referindo-se à reunião dos ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G20, que irá decorrer em Veneza, Itália.
A antiga líder do Fundo Monetário Internacional (FMI) também abordou a área do direito da concorrência.
"A segunda área em que se calhar usámos mal as ferramentas, e que nos devemos perguntar como as devemos usar adequadamente, num mundo muito digital, são as leis de concorrência", relevou.
A responsável francesa alertou para o facto de, por exemplo, as grandes empresas tecnológicas poderem tomar uma posição dominante no mercado.
Christine Lagarde referiu que tal posição pode ser "uma alavanca muito poderosa para usar informação e depois ter um papel soberano, que não pertence a uma empresa como essas".
"Temos de definitivamente ajustar esse direito à concorrência para o tornar mais eficiente", referiu.
Na mesma ocasião, a segunda vice-presidente do Governo de Espanha e ministra dos Assuntos Económicos e Transformação Digital Nadia Calviño alertou para os receios em torno da digitalização.
"Há que evitar, sobretudo, cair no medo, no medo de que tudo é negro e negativo, porque esse é o clima em que crescem os extremismos, o populismo, o racismo", referiu, saudando a visão positiva dos jovens numa altura de "mudança de era".
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