CGTP teve "centenas de milhares de trabalhadores" em protestos
A CGTP teve "centenas de milhares de trabalhadores" em protestos nas duas últimas semanas e tem agendados mais de 60 plenários e uma dezena de greves na próxima, no âmbito da jornada de luta em curso até dia 15.
© Reuters
Economia Central sindical
"Já tivemos centenas de milhares de trabalhadores em ações muito generalizadas, desde plenários, greves e concentrações, em todos os setores e pontos do país e continuaremos, para mostrar a indignação dos trabalhadores pela falta de resposta às suas reivindicações", disse à agência Lusa a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.
A CGTP decidiu intensificar a ação reivindicativa nos locais de trabalho promovendo uma jornada de luta nacional, entre 21 de junho e 15 de julho, que envolverá "muitos milhares de trabalhadores de centenas de empresas".
Para a próxima semana, de acordo com uma listagem da central, estão marcados 63 plenários em autarquias, escolas, lares e hospitais, entre outros locais, e 11 greves, maioritariamente parciais. Estão ainda previstas várias concentrações coincidentes com paralisações ou plenários.
Os trabalhadores da CP - Comboios de Portugal e da Infraestruturas de Portugal (IP), por exemplo, vão fazer uma concentração nacional na terça-feira, depois de já terem feito outras ações, nomeadamente greves.
Os trabalhadores dos CTT já fizeram várias greves parciais em várias localidades do país e na próxima semana farão mais três e várias ações de rua em protesto contra a falta de condições de trabalho e de pessoal.
Segundo Isabel Camarinha, o número de ações poderá ser superior porque os dados podem estar incompletos.
"Decidimos avançar com esta jornada nacional de ação e luta, que se prolonga durante mais de três semanas, porque constatámos que os trabalhadores estão muito descontentes e mobilizados para lutar por melhores condições de vida e de trabalho e eles têm mostrado isso todos os dias", disse à Lusa a secretária-geral da CGTP.
Segundo a sindicalista, o Governo e as empresas continuam a ignorar os problemas dos trabalhadores e a manter o modelo de baixos salários, precariedada e bloqueio da contratação coletiva.
Isabel Camarinha alertou ainda para o crescimento da desregulação dos horários de trabalho, "quando se devia caminhar para a redução dos mesmos".
A Jornada de Ação e Luta tem como lema 'Pelo Aumento Geral dos Salários; Pelo Emprego com Direitos; Pela Revogação das normas gravosas da legislação laboral'.
O desbloqueio da contratação coletiva, a regulação e redução dos horários de trabalho e melhores carreiras, são outras das reivindicações.
"Não colocamos nada de novo, em termos de reivindicações, mas colocamos a ação nas empresas e locais de trabalho, porque os trabalhadores estão indignados por verem os seus salários serem engolidos pelo salário mínimo, devido a anos consecutivos sem aumentos, por não terem qualquer valorização das carreiras", explicou a líder da Inter.
Isabel Camarinha lembrou que muitos trabalhadores, que já estão a fazer a segunda ou terceira greve, não obtêm qualquer resposta às suas reivindicações.
"E o Governo não está a cumprir o seu papel, deveria intervir mais para garantir o direito à negociação coletiva", considerou a sindicalista.
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