Bruxelas mantém previsões económicas para Portugal. PIB crescerá 3,9%
As previsões económicas da Comissão Europeia foram atualizadas esta quarta-feira.
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A Comissão Europeia manteve, esta quarta-feira, as previsões económicas para Portugal. O executivo comunitário estima que o produto interno bruto (PIB) vai crescer 3,9% este ano e 5,1% em 2022.
"A economia portuguesa está no caminho de uma recuperação sólida a partir do segundo trimestre de 2021, a par do relaxamento gradual das restrições [no âmbito] da pandemia", diz a Comissão Europeia, na atualização das projeções.
A Comissão Europeia estima que a economia portuguesa regressará aos níveis pré-pandemia em meados do próximo ano. Ainda assim, o executivo comunitário alerta que os "riscos permanecem inclinados para o lado negativo devido à grande exposição do país ao turismo estrangeiro".
O executivo comunitário estima, no entanto, que, depois de um recuo de 3,2% no primeiro trimestre do ano devido a um confinamento rigoroso, o Produto Interno Bruto (PIB) português terá crescido 3,3% no segundo trimestre e registará um novo aumento no terceiro trimestre, com o esperado aumento do turismo estrangeiro no país, ajudado pela campanha de vacinação na Europa e pelo lançamento do certificado digital covid-19 da UE.
Estas previsões ficam ainda assim aquém das projeções do Governo, que confia num crescimento acima da sua própria previsão de 4% inscrita no Programa de Estabilidade, bem como da mais recente previsão do Banco de Portugal, que em 16 de junho reviu em alta as suas projeções, antecipando uma subida do PIB de 4,8% em 2021 e de 5,6% em 2022.
De acordo com a Comissão Europeia, os indicadores positivos relativamente a uma boa retoma da económica portuguesa são desde já visíveis "no forte aumento do Indicador de Sentimento Económico da Comissão e nos dados concretos para as vendas a retalho, produção industrial e volume de negócios do setor dos serviços".
Em termos anuais, Bruxelas antecipa que a procura interna seja a que mais contribua para o crescimento do PIB tanto em 2021 como em 2022, apontando que "tal reflete a procura reprimida dos consumidores domésticos, bem como o apoio ao investimento público e empresarial do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do país".
Já relativamente ao setor externo, a Comissão observa que as exportações de serviços continuam condicionadas pela indústria de viagens internacionais, que não deverá recuperar totalmente até ao final do período previsto.
"No entanto, as perspetivas de exportação de mercadorias melhoraram desde a previsão anterior. Apesar das restrições à mobilidade, as exportações de bens de Portugal aumentaram substancialmente no primeiro trimestre deste ano, ultrapassando os seus níveis pré-pandémicos", aponta o executivo comunitário, acrescentando que "o crescimento das exportações continuou em abril, a par de uma nova melhoria das carteiras de encomendas para exportação em maio".
Em suma, Bruxelas continua assim a prever que o PIB português aumente 3,9% em 2021 e 5,1% em 2022, esperando desse modo que a economia atinja o seu nível pré-covid-19 "em meados de 2022".
A Comissão adverte, contudo, que "os riscos permanecem inclinados para o lado negativo, devido à grande exposição do país ao turismo estrangeiro", ainda que admitindo que tal agora é "largamente compensado por riscos ascendentes no setor da produção, que pode beneficiar ainda mais dos ventos favoráveis da procura global".
Por fim, a nível da inflação, Bruxelas estima que esta aumente para 0,8% em 2021 (na primavera antecipava 0,9%) e para 1,1% em 2022.
Em 30 de junho passado, por ocasião da Cimeira da Recuperação, celebrada em Lisboa no último dia da presidência portuguesa do Conselho da UE, o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, disse que a incerteza associada ao setor do turismo está a ser compensada por outros setores da economia nacional, que estão a ter um comportamento melhor que em 2019, e apontou para um crescimento do PIB português superior a 4% este ano, embora sem especificar se mantém a expectativa de poder chegar aos 5%, como antecipou, em entrevista à Lusa, em maio.
[Notícia atualizada às 10h17]
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