Segundo as atas da reunião de política monetária de 10 de junho, a maior parte dos membros do Conselho de Governadores esteve a favor da proposta de Lane.
Da mesma forma, os participantes consideraram que era essencial reafirmar o seu compromisso com o objetivo de inflação, que era até agora uma taxa próxima mas ligeiramente abaixo de 2%.
Na quinta-feira, o BCE informou que a sua nova estratégia contempla um objetivo simétrico de inflação de 2% a médio prazo, uma meta mais flexível, admitindo desvios temporários e moderados.
Os membros do BCE referiram em junho que "embora as perspetivas de médio prazo tenham melhorado", a inflação não tem subido de forma sustentada.
Defenderam, por isso, que a política monetária deve ignorar as mudanças temporárias de curto prazo na inflação e concentrar-se nas perspetivas de médio prazo.
As projeções macroeconómicas, de crescimento e de inflação do BCE divulgadas em junho refletem a melhoria do crescimento e uma avaliação de risco mais equilibrada em comparação com as previsões de março. Também indicam que a inflação vai subir no curto prazo, mas permanecerá fraca a médio prazo.
Vários membros do Conselho do BCE consideraram que as condições de financiamento "eram demasiado frágeis para permitir uma redução significativa no ritmo de compra de dívida sem correr o risco de uma subida descontrolada dos juros".
Foi igualmente salientado que "a recuperação está numa fase inicial e que lhe falta robustez", porque depende muito do apoio político e monetário.
Um endurecimento das condições de financiamento pode comprometer a recuperação económica, consideraram alguns membros, defendendo que uma redução das compras de dívida no terceiro trimestre era "inadequada no momento atual".
Outros membros argumentaram que, tendo em vista a melhoria das perspetivas de crescimento e de inflação, pode haver uma ligeira redução nas compras de dívida e mostraram preocupação com os efeitos secundários de manter uma política monetária muito expansionista por muito mais tempo.
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