"Se olharmos para a recuperação a nível mundial, a América do Norte, Europa e Ásia estão a recuperar muito mais rapidamente que África, América Latina e Médio Oriente", assinalou Ngozi Okonjo-Iweala num seminário virtual organizado pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (ECA).
"Precisamos de nos colocar num caminho sustentável", reforçou a economista nigeriana.
Segundo a diretora geral da OMC, que referiu o observado pela organização e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a diferença de acesso a vacinas levou a que as "partes do mundo que têm acesso recuperem muito mais rapidamente porque as suas economias podem abrir mais rapidamente".
Da mesma forma, Okonjo-Iweala assinalou que alguns países estabeleceram pacotes de estímulo para as suas economias fundamentais, com "muitos deles a garantirem até 25% do seu PIB [produto interno bruto]".
"Precisamos de arranjar uma forma de garantir um acesso adequado às vacinas nos nossos países", sublinhou a diretora-geral.
Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, reiterou que "África é uma prioridade para a administração [do Presidente Joe] Biden" e que Washington está "comprometida com os países africanos como parceiros para alcançar interesses comuns", como "segurança, saúde, liberdade, democracia e prosperidade".
"Os Estados Unidos da América estão comprometidos em levar a mesma urgência aos esforços de vacinação internacionais que a que demonstrámos em nossa casa", sublinhou.
A diplomata norte-americana assinalou também que é necessário apostar nos jovens em África, continente que tem uma média de idades de 19 anos.
"Se nós não nos focarmos nos jovens que têm o espírito empreendedor (...), vamos acabar por perder o continente, por isso precisamos de ampliar o espírito empreendedor e o dinamismo das mulheres e dos jovens em África para ajudar na criação de postos de trabalho e de oportunidades que sabemos que lhes irão permitir investir nos seus países e nos seus futuros", defendeu Thomas-Greenfield.
A embaixadora norte-americana e a secretária-executiva da ECA abordaram a importância da diáspora africana, com a diplomata a considerar que esta pode ser fundamental para a economia dos países de origem.
De acordo com os dados mais recentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana, o continente conta mais de 6,47 milhões de casos desde o início da pandemia, incluindo mais de 164 mil mortes.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.163.235 mortos em todo o mundo, entre mais de 194,1 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
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