O produto interno bruto (PIB) disparou 15,5% no 2.º trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com os dados divulgados, esta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em cadeia, ou seja, face aos primeiros três meses do ano - marcados também pelo confinamento - o PIB cresceu 4,9%.
Apesar do avanço de 15,5% em comparação homóloga, o INE sublinha que "esta evolução é influenciada por um efeito base, uma vez que as restrições sobre a atividade económica em consequência da pandemia se fizeram sentir de forma mais intensa nos primeiros dois meses do segundo trimestre de 2020, conduzindo então a uma contração sem precedente da atividade económica".
"O contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB acentuou-se e o contributo da procura externa líquida foi menos negativo no 2.º trimestre, traduzindo sobretudo o aumento mais significativo das Exportações de Bens. Refira-se ainda que no 2º trimestre de 2021, em termos homólogos, se registou uma perda nos termos de troca, tendo o comportamento do deflator das importações sido influenciado, em larga medida, pelo crescimento pronunciado dos preços dos produtos energéticos", refere o INE.
Em comparação com o 1.º trimestre de 2021, o PIB aumentou 4,9% em volume, mais que compensando a variação em cadeia negativa (-3,2%) observada nesse trimestre. Ainda assim, o INE adverte também que "no início do ano, se verificou um confinamento geral devido ao agravamento da pandemia, seguindo-se um plano de reabertura gradual a partir de meados de março".
Os analistas consultados pela Lusa para antecipar a evolução do PIB no segundo trimestre já tinham lembrado que a comparação seria feita face aos piores períodos da pandemia de Covid-19 em Portugal, tanto em comparação homóloga como em cadeia.
"A leitura do segundo trimestre de 2021 acaba por comparar, quer em termos homólogos [mesmo período do ano passado], quer em cadeia [trimestre anterior], com os piores momentos da pandemia em Portugal, que foram o impacto inicial e aquela grande deterioração que sucedeu logo a seguir ao Natal, e que atingiu quase todo o primeiro trimestre do ano", disse à Lusa Filipe Garcia, da IMF - Informação de Mercados Financeiros.
Em estimativas divulgadas no início do mês, o ISEG apontou para que a economia portuguesa tenha crescido entre os 15% e 16% no segundo trimestre em termos homólogos, correspondendo a um aumento de 4,6% a 5,5% face ao primeiro trimestre. Já a Universidade Católica estimou que o PIB português terá crescido no segundo trimestre 5% em cadeia e 15,5% face ao mesmo período de 2020.
Quais são as previsões para 2021?
O ministro de Estado e das Finanças, João Leão aponta para um crescimento da economia portuguesa superior a 4% para este ano, acima do previsto no Programa de Estabilidade (4%).
O Conselho das Finanças Públicas (CFP) aponta para um crescimento de 3,3%, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) espera 3,7%, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia 3,9% e o Banco de Portugal 4,8%.
[Notícia atualizada às 09h48]
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