Pilotos confrontam TAP com mudança de avião em voo Luxemburgo-Lisboa
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) questionou a TAP sobre uma mudança de avião num voo entre Luxemburgo e Lisboa, perguntando se foi por "falta de tripulantes", mas a companhia aponta apenas a necessidade de ajustes "constantes".
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Economia TAP
De acordo com uma mensagem, a que a Lusa teve acesso, o SPAC disse à transportadora que recebeu "informações segundo as quais, no dia 31 de julho, no voo LIS - LUX - LIS ocorreu uma mudança de equipamento de A321 para A320".
Segundo o mesmo documento, o SPAC referiu que, na "'leg' do Luxemburgo para Lisboa essa mudança para um avião de menor capacidade ocasionou uma incapacidade de transporte de todos os passageiros e carga, consequente perda de receita e atraso de voo".
De acordo com o SPAC, "esta mudança de equipamento terá sido motivada por falta de tripulantes", acrescentando ainda que a "insatisfação" dos passageiros foi "visível e notória".
"Da mesma forma temos conhecimento de convites efetuados pelo serviço de escalas a pilotos para voarem em folga", lê-se na mesma nota.
Os pilotos falam ainda de informações de num passado recente "se cancelou o envio de carga na cabine de pelo menos um voo cargueiro".
"Gostaríamos de averiguar a veracidade de tais informações e, no caso de se confirmarem, saber se e como a empresa pretende no futuro evitar situações similares", questionou o SPAC.
Questionada pela Lusa, a TAP explicou que a sua operação "exige ajustes constantes no sentido de ser otimizada face a inúmeras variáveis, incluindo a ocupação prevista das aeronaves, bem como equipamentos e tripulações disponíveis".
A transportadora realçou ainda que "embora não tenha sido esta a causa do episódio referido, no que diz respeito à gestão de recursos humanos e respetiva alocação aos voos, a TAP sublinha que, em virtude da pandemia - isolamentos profiláticos com duração prolongada - e vacinação em curso, que obriga ao impedimento para voar nas 48 horas a seguir à toma de uma vacina, tem-se verificado um maior número de ausências não programadas, com impactos na operação, que a TAP tem procurado gerir da forma mais eficiente possível".
Em 17 de julho, os pilotos da TAP decidiram em assembleia convocada pelo SPAC não aceitar voos em folgas e em férias, votando esmagadoramente a proposta sindical nesse sentido.
A assembleia de empresa convocada pelo SPAC destinou-se a debater o despedimento coletivo anunciado de 35 profissionais e decidir a aceitação ou não de realizar voos em férias e folgas.
Numa convocatória enviada aos associados, a que a Lusa teve acesso, o sindicato explicava que "a pedido expresso e urgente da direção do SPAC e tendo em conta a especial gravidade do momento laboral" que se atravessa, o presidente da mesa da assembleia-geral convocou a assembleia de empresa dos pilotos da TAP Air Portugal.
O SPAC apelou para que os associados não realizem voos em folga e férias e não "aceitem qualquer atividade que não esteja planeada", para combater o despedimento coletivo na TAP.
Entretanto, os sindicatos que representam os trabalhadores da companhia vão avançar com ações legais para travar o despedimento coletivo que a empresa iniciou na segunda-feira, que abrange 124 profissionais, anunciaram várias estruturas.
A TAP iniciou um processo de despedimento coletivo de 124 trabalhadores, que abrange 35 pilotos, 28 tripulantes de cabina, 38 trabalhadores da manutenção e engenharia e 23 funcionários da sede.
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