Empresas do têxtil português regressam "em força" a Paris
As empresas portuguesas do setor têxtil regressam "em força" a Paris no mês de setembro para participarem em feiras internacionais após "um momento mau para o setor" devido à pandemia.
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Economia têxtil
"Estamos de regresso em força com quatro empresas. As empresas ansiavam por um contacto físico com os seus clientes tradicionais e os seus potenciais clientes, portanto a 'Who's next' decidiu voltar ao formato físico e as nossas empresas aderiram", explicou o diretor da Associação Selectiva Moda, Manuel Serrão, em declarações à Agência Lusa.
A "Who's Next" é uma das principais feiras mundiais de moda para mulher e vai voltar este ano ao seu formato tradicional, decorrendo em Paris entre 03 e 06 de setembro.
Em 2020, este salão fez um encontro reduzido na capital francesa devido à pandemia, voltando agora em pleno. Um regresso celebrado pelos 'atores' deste setor.
"O regresso às feiras em formato físico neste mercado é crucial para a retoma económica das nossas empresas, sendo um meio privilegiado para encontrar clientes e impulsionar as vendas, embora não o único", referiu o diretor da representação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em Paris, Eduardo Henriques.
O setor das exportações portuguesas ligadas à moda teve uma queda menor em relação à média, 11% no setor da moda e cerca de 30% em geral, mas especialmente no pico da pandemia a crise foi fortemente sentida.
"A pandemia foi uma altura muito má. Tivemos de nos reinventar. Nós estávamos em Milão a apresentar a Concreto, quando a pandemia começou. Itália representava 89% da faturação, tínhamos um novo agente. Chegámos a uma altura em que não tínhamos um único cliente com porta aberta no mundo inteiro", lembrou a presidente executiva (CEO) da marca Concreto, Teresa Pereira.
Foi um momento para a marca se reinventar, reorganizar o lançamento das suas coleções e começar a apelar a um público mais jovem, continuando a apostar na qualidade das suas malhas e dos seus tricots.
Um esforço notado pela "Who's Next", que convidou a marca portuguesa a figurar no espaço destinado a marcas tendência para a próxima estação.
Mas o regresso físico a estes encontros tem uma vantagem essencial que não se consegue em encontros e discussões virtuais com os clientes.
"A Concreto tem no seu ADN a malha retilínea e apesar de muitas feiras digitais, por mais veia comercial que tenhamos, pôr a mão no tricot e ver o seu conforto e acabamento faz toda a diferença", afirmou Teresa Pereira.
Mais à frente, entre 21 e 23 de setembro, a Associação Selectiva Moda leva 40 empresas portuguesas à feira Première Vision, um encontro onde se ditam as tendências para as matérias-primas da moda e serviços desta indústria para as próximas temporadas.
Um calendário que parece estar a ser acompanhado pela retoma dos clientes que compram agora menos no Oriente, procurando assim a qualidade europeia.
"Seja em França, na Alemanha ou nos Estados Unidos, a tendência que detetamos e pensamos que nos vai beneficiar é que as grandes marcas internacionais estão a comprar menos no Oriente e Portugal é beneficiado por isso", indicou Manuel Serrão.
A AICEP em Paris estima a retoma a 100% das feiras presenciais na capital francesa a partir do fim deste ano, estando a entrada, participação e visita a estes eventos sujeitas à apresentação do passe sanitário, ou seja, vacinação completa, um teste negativo com menos de 72 horas ou certificado de restabelecimento da doença com menos de seis meses.
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