Numa conferência de imprensa realizada depois da reunião do conselho do BCE, Lagarde também afirmou que a economia da zona euro deverá ultrapassar o nível de antes da pandemia até ao final deste ano e que taxa de inflação pode ultrapassar 2% este ano.
Além da revisão em alta da previsão de crescimento de 4,6% para 5% este ano, os peritos do BCE baixaram ligeiramente a previsão de crescimento para 2022 de 4,7% para 4,6% e deixaram inalteradas em 2,1% as expectativas para 2023.
O conselho do BCE decidiu por unanimidade reduzir o ritmo das compras semanais do Pandemic Emergency Purchase Programme (PEPP) no quarto trimestre em comparação com os trimestres anteriores, uma vez que as condições de financiamento melhoraram.
O banco compra atualmente cerca de 80.000 milhões de euros por mês através deste programa de compra de dívidas.
"Com mais de 70% dos adultos europeus totalmente vacinados, a economia abriu-se em grande medida, permitindo aos consumidores gastar mais e às empresas aumentar a produção", segundo a presidente do BCE.
Uma maior imunidade ao coronavírus significa que "o impacto da pandemia é agora menos grave", mas "a propagação mundial da variante delta poderia atrasar a reabertura total da economia", acrescentou.
O BCE acredita que o recente aumento da inflação, que atingiu 3% em agosto, será "largamente temporário" e que as pressões ascendentes sobre os preços aumentarão lentamente.
Lagarde salientou que, embora as previsões de inflação tenham sido revistas em alta, espera que "a inflação a médio prazo seja muito inferior ao objetivo de 2%".
Em relação à taxa de inflação, o BCE reviu as previsões de inflação para 2021, 2022 e 2023 na zona euro, vendo os preços subirem para 2,2% este ano, acima da meta a médio prazo da instituição sediada em Frankfurt, disse a presidente Christine Lagarde.
A inflação, que se esperava ser de 1,9% até agora, deverá atingir 1,7% em 2022 e 1,5% em 2023.
O banco prevê também que a inflação subjacente, que exclui alimentos e energia por serem mais voláteis, será de 1,3% em 2021, 1,4% em 2022 e 1,5% em 2023, pelo que estes números também foram revistos em alta em relação às estimativas do BCE de junho.
Leia Também: BCE vai reduzir "ligeiramente" compras semanais do PEPP