O défice das Administrações Públicas (AP) atingiu os 6.878 milhões de euros em contabilidade pública, o que significa um agravamento de 550 milhões face ao período homólogo. No comunicado que antecede a execução orçamental, divulgada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), o Ministério das Finanças explica que este agravamento se deve à pandemia.
Além disso, o aumento homólogo surge "em resultado do crescimento da despesa (5,1%) ter sido superior ao observado na receita (4,7%)". E mais: "Este agravamento encontra-se amplamente influenciado pela prorrogação do prazo de entrega do IVA de agosto", explica a tutela.
A despesa primária cresceu 6,5% refletindo as medidas extraordinárias de apoio à economia e a forte dinâmica de crescimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo os dados das Finanças.
Apoios ultrapassam em 30% o valor executado em 2020
O gabinete do ministro João Leão revela também que a despesa com medidas extraordinárias de apoio às empresas e famílias atingiu os 4.658 milhões de euros, ultrapassando o valor executado em todo o ano 2020 (3.546 milhões de euros).
Os apoios concedidos pela Segurança Social ascenderam a 1.489 milhões de euros.
Além disso, as Finanças destacam os apoios ao emprego (856 milhões de euros), os apoios extraordinários ao rendimento dos trabalhadores (380 milhões de euros) e os subsídios por doença e isolamento profilático (157 milhões de euros).
Destaque também para a receita fiscal, que cresceu 1% ajustada de efeitos extraordinários, tais como os diferimentos originados pelos planos prestacionais. "Esta evolução encontra-se influenciada pela prorrogação do prazo de entrega do IVA de agosto", justifica o gabinete de João Leão.
Também a despesa do SNS cresceu 9,7%, "destacando-se o aumento muito elevado das despesas com pessoal". Segundo o Executivo, o número de efetivos no SNS aumentou, em agosto, 4,9% (+6.780 trabalhadores) em termos homólogos. Sublinha-se também a aquisição de bens e serviços (+11,6%).
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