O órgão emissor do país sul-americano também previu que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentará 2,1% em 2022, dado que surpreendeu o mercado, uma vez que as estimativas dos especialistas são menores.
De acordo com o último boletim Focus, divulgado pelo próprio Banco Central e que colige semanalmente projeções de mais de 100 analistas de mercado, o crescimento da economia brasileira para o próximo ano será de 1,57%, devido a crise energética, a alta do dólar, juros cada vez mais elevados e as eleições presidenciais.
Já o Banco Central brasileiro avaliou que a economia do país continuará acelerando com a redução da pandemia no próximo ano graças às perspetivas positivas para o agronegócio e a indústria extrativa, que ajudarão a gerar confiança no país no mercado de trabalho.
Porém, o relatório de inflação do Banco Central brasileiro alertou que no curto prazo choques de oferta afetarão a atividade económica e o consumo.
Segundo órgão emissor, existem três riscos relevantes ainda presentes podem afetar a economia do país: a crise hídrica, principalmente se houver necessidade de restrições ao consumo de energia elétrica, a evolução da pandemia e ações que agravam as expetativas sobre a trajetória fiscal.
O órgão avaliou que neste ano o Brasil se recuperará depois que sua economia caiu 4,1% em 2020, o pior resultado anual desde 1996, em razão da pandemia de covid-19.
O Banco Central também previu que a inflação em 2021 chegará a 8,3%, bem acima dos 5,8% projetados em junho e bem acima da meta que foi imposta pelo Governo para este ano, que é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
A inflação atingiu 0,87% em agosto e já se aproxima dos dois dígitos (9,68%) no acumulado dos últimos 12 meses no Brasil, impulsionada principalmente pelos preços de transportes e, especificamente, pelos preços dos combustíveis.
As altas pressões inflacionárias obrigaram o Comité de Política Monetária do Banco Central a encerrar o ciclo monetário expansionista e elevar os juros oficiais, agora em 6,25% ao ano.
Na semana passada, o Banco Central do Brasil decidiu que continuará elevando a taxa básica de juros em um ponto percentual por reunião neste ano e aumentou o prazo em que manterá essa política para cumprir as metas de inflação de 2022 e 2023.
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