Portugal tinha a oitava eletricidade mais cara para consumo doméstico entre os países da União Europeia (UE), segundo o boletim de comparação de preços de eletricidade, divulgado esta quarta-feira e que é publicado semestralmente pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). No caso do gás natural, Portugal tem o sétimo mais caro da UE.
"Os preços médios de eletricidade em Portugal, para os consumidores domésticos, no 1.º semestre de 2021, são inferiores aos preços médios de Espanha, da Área do Euro e da União Europeia. Portugal é o 8.º país da União Europeia com os preços mais elevados, sendo que os preços mais baixos ocorrem, em geral, nos países do leste da Europa", pode ler-se no boletim da ERSE.
Segundo o regulador, no 1.º semestre de 2021, Portugal registou uma descida dos preços de eletricidade nos segmentos doméstico (-1,7%) e não-doméstico (-1,8%), face ao semestre homólogo de 2020.
Estes dados, refira-se, referem-se à primeira metade do ano, altura em que os preços da energia não tinham ainda escalado para valores recorde.
Portugal tinha a oitava eletricidade mais cara da UE no 1.º semestre© Boletim de comparação de preços de gás natural da ERSE
E no caso do gás natural?
Os preços médios de gás natural em Portugal, para os consumidores domésticos, no 1.º semestre de 2021, foram "superiores aos preços médios de Espanha e da União Europeia e inferiores aos da Área do Euro. Os preços mais baixos ocorrem nos países do leste da Europa".
De acordo com os dados da ERSE, Portugal tinha o sétimo gás natural mais caro para consumo doméstico entre os países da UE.
Portugal tinha o sétimo gás natural mais caro da UE no 1.º semestre© Boletim de comparação de preços de gás natural da ERSE
Os boletins da ERSE, sublinhe-se, têm por base a informação publicada pelo Eurostat relativa aos preços da eletricidade e do gás natural na União Europeia, complementada com a informação de preços recolhida pelo regulador.
A presidente da Comissão Europeia assumiu hoje que a UE é atualmente demasiado dependente das importações de gás e apelou a um "verdadeiro trabalho de equipa" dos 27 para tornar a Europa mais resiliente no domínio energético.
Num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre o Conselho Europeu que decorrerá na quinta e sexta-feira em Bruxelas, Ursula von der Leyen focou a sua intervenção num dos principais pontos na agenda dos líderes, "particularmente importante para os cidadãos", a atual escalada dos preços da energia.
"Deixem-me começar com dois factos simples. Primeiro facto: os preços do gás são cíclicos, e são fixados pelos mercados globais. Mas devido ao aumento do preço do gás, muitas famílias estão a sentir dificuldades para conseguir pagar as contas e as empresas estão em risco de fechar. Segundo facto: a energia solar é hoje dez vezes mais barata de produzir do que há 10 anos, e mesmo a energia eólica - que é, por definição, mais volátil - é hoje 50% mais barata do que há uma década", começou por referir
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