Segundo o programa, Assunção Cristas, que chegará à Cidade da Praia pouco depois da meia-noite de hoje, terá segunda-feira logo pela manhã um encontro com o ministro das Relações Exteriores cabo-verdiano, Jorge Borges.

Após a reunião, as delegações portuguesa e cabo-verdiana reúnem-se numa sessão de trabalho no âmbito do Processo de Extensão da Plataforma Continental das 200 para as 350 milhas náuticas, apresentado por Cabo Verde nas Nações Unidas e que conta com o apoio técnico de Portugal.

Ainda de manhã, Assunção Cristas dá início a uma série de visitas a vários projetos da cooperação portuguesa ligados à agricultura, como à barragem da Faveta (São Salvador do Mundo) e às delegações do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA) em São Jorge dos Órgãos e São Domingos.

Após o almoço, e já em Santa Cruz, visitará a Cooperativa 13 de novembro e, na Escola Achada Baixo, procede à entrega de um conjunto de "kits" do Mar.

O primeiro dia termina com visitas às barragens de Figueira Gorda, ainda no Concelho de Santa Cruz, e do Poilão, em São Lourenço dos Órgãos, onde observará o impacto agrícola que a infraestrutura, concluída em 2007 pela China, trouxe à região.

Terça-feira, Assunção Cristas começa o dia com uma visita ao Centro Nacional de Hidroponia, após o que se reunirá com as ministras cabo-verdianas do Desenvolvimento Rural, Eva Ortet, e das Infraestruturas e da Economia Marítima, Sara Lopes, bem como com o secretário de Estado dos Recursos Marinhos, Adalberto Vieira.

O ponto alto da visita de Assunção Cristas é a inauguração do renovado porto da Cidade da Praia, ato em que acompanhará o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves. O projeto é financiado em parte pela Cooperação Portuguesa, já labora há cerca de um ano e o orçamento inicial de 19,2 milhões de euros derrapou para montantes próximos dos 72 milhões de euros.

O projeto, a cargo do consórcio português Somague/MSF/Etermar, abrangeu a reabilitação do cais existente, a construção do manto de proteção de parque de contentores e edificação do quebra-mar de 234 metros de extensão, bem como o prolongamento do cais número um para cerca de 450 metros.

As obras englobaram também a dragagem da bacia de manobra para fundos, a instalação de um sistema de apoio à navegação e a construção do parque de contentores.

Pensado para um horizonte de 20 anos, o projeto de modernização e expansão do porto da Praia pretende que a infraestrutura passe a ter, em 2030, um tráfego na ordem dos dois milhões de toneladas de mercadorias.

A expansão do porto da Cidade da Praia insere-se no projeto de revitalização das restantes infraestruturas no arquipélago, que abrangem as de Palmeira (Sal), Porto Novo (Santo Antão), Sal Rei (Boavista) e Porto dos Cavaleiros (Fogo) e Mindelo (São Vicente), este último prevendo investimentos de 300 milhões de euros.

O porto da Praia contribui com 38% do volume global de mercadorias, seguido pelo de São Vicente (34%), Palmeira (10% a 12%) e restantes (Brava, Fogo, Maio, Boavista, São Nicolau e Santo Antão) com 14% a 16%.

Após o almoço, Assunção Cristas assina vários protocolos de cooperação com as homólogas cabo-verdianas e efetua uma visita à Cidade Velha, regressando a Portugal às primeiras horas de quarta-feira.