Criptoativos, stablecoins e euro digital? BdP revela as diferenças
Já ouviu falar em DLT, blockchain, criptoativos, bitcoins, stablecoins ou moeda digital de banco central? Conheça as diferenças.
© shutterstock
Economia criptoativos
Nos últimos meses muito se tem falado de criptoativos, stablecoins e euro digital, mas sabe exatamente em que consistem? O Banco de Portugal (BdP) preparou um descodificador sobre o tema, com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre o tema.
Antes de mais importa sublinhar que a tecnologia também está a ter impacto nos pagamentos, se antes só havia dinheiro, agora as opções são muitas. Além disso, o aparecimento da 'distributed ledger technology', ou DLT, teve um "papel decisivo nesta mudança".
Na prática, a DLT é uma "tecnologia de registo descentralizado de informação", ou seja, "a informação é armazenada com recurso a uma rede de bases de dados, detidas por várias entidades, sem que exista um administrador central".
Ora, um dos tipos dos tipos de DLT é a blockchain. "Esta tecnologia permite armazenar informação em blocos, ligados entre si, por ordem cronológica. Habitualmente, a blockchain inclui uma componente de criptografia e fórmulas matemáticas que garantem que a informação guardada não pode ser adulterada".
Este é o tipo de tecnologia que está habitualmente na base dos criptoativos, conforme explica o supervisor da banca.
O que são criptoativos?
De acordo com o BdP, tratam-se de "representações digitais de valores ou de direitos que podem ser transferidos e armazenados eletronicamente. Apesar de poderem ser usados para fazer pagamentos, como o valor dos criptoativos oscila muito, são sobretudo utilizados como ativos de investimento. Um dos mais conhecidos é a bitcoin".
Outro exemplo de criptoativos são as stablecoins. "Neste caso, existem mecanismos que procuram garantir a estabilidade do seu valor. Por exemplo, através da associação da stablecoin a um cabaz de referência composto por ativos ou moedas. Um dos projetos mais conhecido é o DIEM, impulsionado por uma associação liderada pelo Facebook", explica o BdP.
Por este motivo, é normal que os criptoativos sejam chamados de moedas virtuais. Contudo, o BdP sublinha que "os criptoativos não podem ser considerados verdadeiras moedas".
O motivo? "Por um lado, porque, como são muito voláteis, não permitem estabelecer um preço para os bens, nem preservar o poder de compra. Por outro, porque não são garantidos pelo Banco de Portugal nem por qualquer outra autoridade nacional ou europeia e porque não existe qualquer proteção legal que confira direitos de reembolso ao consumidor", explica o supervisor.
Onde é que entra o euro digital?
Uma forma de os agentes económicos poderem beneficiar das vantagens da digitalização, ao mesmo tempo que têm acesso a verdadeira moeda, sem riscos de liquidez e de solvência, "pode passar pela emissão de moedas digitais de banco central, hipótese que está a ser equacionada um pouco por todo o mundo".
O euro digital é um destes exemplos, cuja possibilidade de emissão está a ser estudada pelo BCE e pelos bancos centrais da zona euro.
"Tal como as notas e as moedas de euro, o euro digital poderá vir a ser utilizado pelos cidadãos e pelas empresas nos pagamentos do dia a dia, com toda a segurança e plena proteção legal. Está a ser equacionado como meio de pagamento confiável e, em princípio, sem custos para os utilizadores, para complementar – e nunca substituir – o numerário", explica o BdP.
Contudo, o projeto ainda só está em fase de investigação.
Leia Também: Afinal, o que são criptoativos? Banco de Portugal explica (com vídeo)
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com