BCE deve manter política monetária apesar do desafio da inflação

O Banco Central Europeu (BCE) deve manter a sua política monetária expansionista na reunião de quinta-feira, optando pela prudência e seguindo de perto a subida da inflação.

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Lusa
27/10/2021 14:19 ‧ 27/10/2021 por Lusa

Economia

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Até agora, a presidente do BCE, Christine Lagarde, tem afirmado que é preciso evitar "reações exageradas" à subida dos preços na zona euro, num momento em que a recuperação da crise pandémica continua frágil e continua condicionada pela crise mundial nas cadeias logísticas.

Os mercados continuam, no entanto, à espera de qualquer sinal no final da reunião sobre a forma como o banco vai gerir a saída dos enormes programas de apoio à economia adotados no início da pandemia.

Os mercados europeus consideram também que é provável uma subida das taxas de juro de referência no terceiro trimestre de 2022, depois de uma década de juros baixos e de uma inflação fraca.

A taxa de inflação, impulsionada pelos custos da energia, subiu em setembro para 3,4%, um nível que não era visto há 13 anos e que ultrapassa o objetivo simétrico de 2% definido pelo BCE. Deverá atingir mais de 4% até ao fim do ano, segundo os analistas.

Em relação ao crescimento económico, Ralph Solveen, economista do Commerzbank, considera, citado pela AFP, que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro "só deverá crescer ligeiramente no quarto trimestre".

A atividade tem perdido algum impulso com a persistência da escassez de materiais.

Esta situação complica a tarefa dos bancos centrais: se endurecerem prematuramente as suas políticas acomodatícias, arriscam-se a paralisar a recuperação, se esperarem muito tempo até mudarem de orientação, podem ter dificuldades em controlar a inflação.

Numa altura em que as compras de dívida no âmbito do programa PEPP (Pandemic Emergency Purchase Programme), com um volume total de 1,85 biliões de euros, terminam em finais de março de 2022, o BCE terá de discutir o que se segue, para garantir uma transição suave.

Essa discussão e as decisões seguintes são esperadas na reunião de 16 de dezembro.

"Antecipamos que o BCE vai aproveitar a reunião de dezembro para anunciar as suas decisões sobre a redução do volume de compras de ativos ao abrigo do PEPP e o provável lançamento de um novo programa", refere uma nota enviada à Lusa pela Allianz, Global Investors.

Numa outra nota, os analistas do banco BPI afirmam acreditar que na quinta-feira o "BCE não irá alterar nem o ritmo das compras líquidas de ativos nem a orientação sobre as taxas de juro, mas não será uma reunião sem anúncios importantes".

"Por um lado, o enfoque estará nas pistas que Christine Lagarde poderá dar sobre o futuro dos programas de aquisição de ativos", consideram.

Por outro lado, "será muito importante" ver como o BCE lê a "mudança nas expectativas de inflação e se mantém o discurso, como acreditamos que o fará, que a subida dos preços se deve a fatores transitórios que não afetam o objetivo de 2% de inflação a médio prazo", acrescentam.

 

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