De acordo com o estudo da Iberinform Panorama Empresarial 2018-2020, hoje divulgado, apesar da quebra acentuada de 15,8% no volume de negócios e da taxa de margem de segurança económica das empresas ter baixado de 6,6% em 2019 para 1,7%, a rendibilidade económica bruta manteve-se elevada (10,6%), com uma ligeira redução (-0,2%), enquanto o risco financeiro diminuiu.
O estudo divulgado pela Iberinform, empresa de análise de mercados da Crédito y Caución, indica que a autonomia financeira das empresas não financeiras nacionais passou de 39,3% em 2019 para 41,7% em 2020, aumentando a reserva financeira estratégica, enquanto o peso do capital alheio remunerado baixou de 32,8% em 2019, para 31,7% em 2020, com o peso dos juros e outros custos de financiamento a aumentarem, embora para um nível ainda baixo.
A geração de caixa a partir dos negócios também aumentou de 15,9% em 2019 para 16,4% em 2020, enquanto a caixa e os seus equivalentes ('cash flow') tiveram um incremento de 16%, o que permitiu atenuar a quebra da margem de segurança económica e também financeira.
O tempo de paralisação crítico de rutura de tesouraria das empresas passou de 2,14 meses para 2,05 meses (-4%).
A resiliência relativa das empresas não financeiras manifesta-se também num Valor Económico Acrescentado (EVA) diminuído, embora ainda positivo (0,3% do volume de negócios), com a diminuição dos Fluxos de Valor dos Negócios líquidos de impostos de -17% a serem suavizados pela diminuição do Custo Total dos Capitais Remunerados de -7,5%.
O custo dos capitais alheios remunerados estabilizou em 3,6%.
Em termos de Risco de Tesouraria, o Panorama Empresarial 2018-2020 da Iberinform destaca o aumento das perdas por imparidade de dívidas de clientes, para 9,3% do total das dívidas brutas, e o forte aumento do crédito de fornecedores, que passou de 49,4% em 2019 para 61,9% em 2020.
Contudo, o prazo médio de pagamentos a fornecedores manteve-se estável em 69 dias (em 2019 era de 67 dias).
O estudo refere ainda que a desagregação por atividade económica revela que os melhores indicadores de resiliência -- variação do volume de negócios, taxa de margem de segurança económica e tempo de paralisação crítico de rutura de tesouraria -- encontram-se nos setores da Construção, Imobiliário e dos Serviços de Utilidade Pública, Energia, Água e Ambiente.
O setor da Construção manteve sempre a continuidade da sua atividade, com carteiras de obras nos mercados internos e externos, apesar das limitações de fornecimento de materiais, apresentando boas perspetivas presentes e futuras.
A atividade Imobiliária, por sua vez, continua o seu processo de valorização, depois de um grande desfasamento em relação a outros países europeus.
Com piores indicadores de resiliência destacam-se as atividades ligadas ao Turismo, fortemente afetadas pela pandemia, em especial o Alojamento e Restauração e Transporte Aéreo de Passageiros.
As atividades de Alojamento e Restauração apresentam uma queda de 40,8% no seu volume de negócios.
Também as atividades culturais apresentam indicadores de resiliência negativos: queda de 42% no volume de negócios.
Os indicadores calculados de acordo com a metodologia Iberinform têm por base os agregados extraídos das Demonstrações Financeiras e os seus anexos de empresas não ?nanceiras, declaradas, com Certificações Legais de Contas (CLC) e auditorias realizadas ao longo dos períodos contabilísticos.
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