Os bilhetes de avião vão ficar mais caros por causa do aumento dos preços do petróleo nos mercados internacionais. O alerta é do diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Willie Walsh, que admite, contudo, que a subida dos preços é um "indicador positivo" para o setor.
"O aumento dos preços do petróleo tal como os conhecemos hoje é provavelmente um indicador positivo para o setor (da aviação), já que normalmente reflete um aumento da procura económica", disse Walsh, citado pelo El Economista.
O que se passa, segundo explicou, é que "as companhias aéreas sofreram perdas enormes nos últimos meses, portanto, é impossível para essas empresas absorverem esse aumento [dos preços do petróleo]: isso terá que afetar os consumidores e terá impacto nos preços" dos bilhetes.
Ainda assim, estes acréscimos não devem travar a recuperação do setor no curto e médio prazo, acredita Walsh, já que o tráfego deverá aumentar "à medida que as restrições de viagens" são levantadas. Contudo, admite que poderá levar a uma "menor procura a longo prazo".
No final de setembro, recorde-se, a fraca retoma da aviação nos últimos meses, que causou o "pior verão de sempre" no setor, levou a IATA a piorar as projeções, prevendo que o tráfego mundial caia este ano 66%. Assim, a atual previsão é que a pandemia de Covid-19 e as medidas restritivas que se seguiram motivem uma queda do tráfego aéreo em 66% em todo o mundo este ano face ao ano passado, quando anteriormente a IATA apontava para uma redução de 63%.
Por cá, o presidente executivo da petrolífera Galp, Andy Brown, disse na quarta-feira que o preço do crude está atualmente demasiado elevado, num patamar que tem reflexos no abastecimento de combustível e que prejudica o sistema mundial de energia.
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