Localizado no distrito da oportunidade, mas tendo em conta os outros dois distritos da Expo Dubai - sustentabilidade e mobilidade -, o país faz "questão de mostrar" a sua "riqueza natural", afirmou a responsável.
"Fazemos questão de mostrar a nossa riqueza natural e, principalmente, os rios de água doce que temos na Guiné e a riqueza que temos nesses rios", explicou a comissária-geral da Expo 2020 Dubai.
"Se viajar dentro deste pavilhão vai notar que tanto os objetos de arte como as fotografias, a nossa própria mascote do pavilhão está baseada num rio", apontou Francisca Vaz, salientando que a mascote escolhida foi o "peixe-cavalo", que em Portugal é conhecido como hipopótamo.
No pavilão também não falta a menção à tartaruga, apresentada através de filmes de vários projetos da Guiné-Bissau.
"Também apostamos muito na diversidade étnica e religiosa", referiu, indicando que a ideia é "mostrar a riqueza das ilhas".
Porque "sendo a Guiné-Bissau um país constituído pelo continente e pela parte insular, e a riqueza (...) particularmente na área insular, com quase 90 ilhas do arquipélago dos Bijagós, fazemos questão de mostrar a nossa riqueza e o investimento que se pode fazer na área turística", sublinhou a comissária-geral.
A Guiné-Bissau dá ainda "muita ênfase" à agricultura, com a exposição dos seus produtos, e "o aproveitamento de um dos patrimónios prinicpais do país, que é o pano de pente", enumerou Francisca Vaz.
O objetivo fundamental "é captar investimento e mostrar um país em movimento", sublinhou a responsável.
E o contributo da presença da Guiné-Bissau para o mundo que fala português? "Ah, eu penso que [é] muito", rematou Francisca VAz.
A Guiné-Bissau "fez questão de participar no Festival da Lusofonia, foi uma coisa extraordinária", disse.
"Já pedimos ao comissário português que continue a segunda edição para o Japão", avançou.
O Festival da Lusofonia, que decorreu em outubro na Expo 2020 Dubai, "foi um grande êxito", apontou.
"Sendo o tema [da exposição] 'conectar os espíritos para construir o futuro', a Guiné-Bissau quis estar presente precisamente como um país para conectar-se ao mundo, para conhecer a parte, para mim bela e positiva, do povo guineense", salientou.
Pela sua experiência em exposições mundiais - Xangai e Milão -, Francisca Vaz salienta que a de Dubai "é um bocado diferente".
Primeiro, porque ainda há o problema da covid-19, "há uma certa restrição na entrada", contou, salientando que a organização, quando há muita gente, restringe as entradas e "não deixam entrar mais de 100 pessoas em cada hora, em várias portas".
Na véspera da visita da Lusa ao pavilhão da Guiné-Bissau, o país tinha registado mais de mil visitas.
Indicou ainda que os organizadores têm dito que ainda é cedo para haver um maior número de visitantes, recordando que o evento foi adiado um ano por causa da pandemia de covid-19.
"Mas penso que vai abrir e é importante que haja mais visitantes para conhecerem melhor o nosso país e a própria Expo porque digo-lhe esta Expo tem uma particularidade: é que cada país tem o seu pavilhão, se calhar tem vantagem e tem desvantagem, porque nós em Xangai ou em Milão, como tínhamos por continente, você entra num continente e é obrigada a passear vários países, aqui não", referiu.
"Como estamos por temas e em vários distritos, não é fácil, mas penso que vai ser bom", acrescentou Francisca Vaz, que tem expectativas positivas para a participação da Guiné-Bissau nesta exposição.
"Nós nem nos preocupamos com vender, ter um pequeno 'shop' achamos que não é importante, o que é importante é apresentar a beleza, o maravilhoso que a Guiné-Bissau tem (...), promover a nossa imagem para podermos captar investimento, por isso é que estamos cá, (...) para nós é uma participação que nos pode trazer grandes vantagens na imagem positiva do nosso país", concluiu Francisca Vaz.
Os organizadores da Expo 2020 Dubai classificaram o primeiro mês do evento como um "grande sucesso", anunciando 2.350.868 visitas de 01 a 31 de outubro.
De acordo com a organização, 17% do total de visitas vieram de fora do país, o que considera "notável" tendo em conta que a exposição mundial decorre enquanto muitos países ainda têm restrições de viagens devido à pandemia.
Segundo os dados, a Expo contou com 185 nacionalidades nos seus portões, com a Índia, Alemanha, França, Arábia Saudita e o Reino Unido no 'top 5' dos visitantes internacionais.
Esta é a primeira vez na história da Expo mundial que cada país tem o seu próprio pavilhão - 192 no total.
Por exemplo, o Pavilhão da Arábia Saudita, um dos maiores na Expo 2020 Dubai, já atraiu meio milhão de visitantes.
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