"Não é possível comprar caiaques" nas lojas de Calais e Grande-Synthe [localidades costeiras no norte de França] "devido ao contexto atual", explicou à agência AFP a assessoria de imprensa daquela loja de equipamentos desportivos, em resposta a notícias divulgadas pela imprensa local.
Durante anos, os migrantes deslocaram-se para a costa no norte de França na esperança de chegar ao Reino Unido e desde 2020 que há um aumento nas travessias a bordo de pequenos barcos.
Estes artigos são "adulterados do seu uso desportivo" e "podem ser utilizados como barcos para a travessia do Canal da Mancha", apontou aquela empresa.
A Decathlon alertou ainda que essa utilização "não é a conceção que se dá a estes produtos, nem a sua utilidade primária".
A loja de equipamentos desportivos justificou a retirada dos produtos das lojas devido ao uso que "pode por em perigo a vida das pessoas" e indicou que a decisão foi tomada "pelas lojas" e "validadas pela empresa".
E acrescentou que os caiaques continuam a estar disponíveis para venda 'online' e em outras lojas, assegurando que "em Calais e Grande-Synthe estarão sempre disponíveis produtos que melhorem a segurança no mar como coletes, remos ou proteção térmica".
Três migrantes foram dados como desaparecidos na sexta-feira após tentarem cruzar o Canal da Mancha em caiaques para chegar a Inglaterra, numa altura em que se regista um recorde de travessias daquele canal a bordo de pequenas embarcações.
Dois caiaques foram encontrados à deriva ao largo de Calais na quinta-feira e dois náufragos foram resgatados pela polícia.
Segundo divulgou na sexta-feira o Reino Unido, 22 mil migrantes conseguiram chegar a Inglaterra desde janeiro, registando-se três mortos e quatro desaparecidos.
Num comunicado conjunto divulgado na terça-feira, o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, e o seu homólogo britânico, a ministra Priti Patel, destacaram a celebração de um acordo para "fortalecer ainda mais a cooperação operacional" para "por fim às travessias perigosas" do Canal da Mancha.
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