Migrações: Decathlon retira caiaques do mercado no norte de França

As lojas da Decathlon deixaram de vender caiaques em duas cidades do norte da França, por estes puderem ser utilizados por migrantes para atravessar o Canal da Mancha e chegar ao Reino Unido, revelou a empresa na terça-feira.

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Lusa
16/11/2021 23:54 ‧ 16/11/2021 por Lusa

Economia

Migrações

 

"Não é possível comprar caiaques" nas lojas de Calais e Grande-Synthe [localidades costeiras no norte de França] "devido ao contexto atual", explicou à agência AFP a assessoria de imprensa daquela loja de equipamentos desportivos, em resposta a notícias divulgadas pela imprensa local.

Durante anos, os migrantes deslocaram-se para a costa no norte de França na esperança de chegar ao Reino Unido e desde 2020 que há um aumento nas travessias a bordo de pequenos barcos.

Estes artigos são "adulterados do seu uso desportivo" e "podem ser utilizados como barcos para a travessia do Canal da Mancha", apontou aquela empresa.

A Decathlon alertou ainda que essa utilização "não é a conceção que se dá a estes produtos, nem a sua utilidade primária".

A loja de equipamentos desportivos justificou a retirada dos produtos das lojas devido ao uso que "pode por em perigo a vida das pessoas" e indicou que a decisão foi tomada "pelas lojas" e "validadas pela empresa".

E acrescentou que os caiaques continuam a estar disponíveis para venda 'online' e em outras lojas, assegurando que "em Calais e Grande-Synthe estarão sempre disponíveis produtos que melhorem a segurança no mar como coletes, remos ou proteção térmica".

Três migrantes foram dados como desaparecidos na sexta-feira após tentarem cruzar o Canal da Mancha em caiaques para chegar a Inglaterra, numa altura em que se regista um recorde de travessias daquele canal a bordo de pequenas embarcações.

Dois caiaques foram encontrados à deriva ao largo de Calais na quinta-feira e dois náufragos foram resgatados pela polícia.

Segundo divulgou na sexta-feira o Reino Unido, 22 mil migrantes conseguiram chegar a Inglaterra desde janeiro, registando-se três mortos e quatro desaparecidos.

Num comunicado conjunto divulgado na terça-feira, o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, e o seu homólogo britânico, a ministra Priti Patel, destacaram a celebração de um acordo para "fortalecer ainda mais a cooperação operacional" para "por fim às travessias perigosas" do Canal da Mancha.

Leia Também: Número de migrantes a atravessar o Canal da Mancha atinge novo máximo

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