Pedro Corte Real à Mutualista Montepio quer regresso "aos ideais"

A lista liderada por Pedro Corte Real à administração da Associação Mutualista Montepio Geral alerta que só uma rápida "inversão ao caminho" permitirá reverter a "dramática situação" da instituição, defendendo um regresso "aos ideais da sua fundação".

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Lusa
18/11/2021 11:17 ‧ 18/11/2021 por Lusa

Economia

Mutualista

"Só com confiança e credibilidade se pode reverter a dramática situação da Montepio Geral Associação Mutualista [MGAM]", afirma Pedro Corte Real, candidato a presidente do Conselho de Administração do Montepio Geral pela 'Lista B -- Reconstruir o Montepio', citado num comunicado divulgado hoje no âmbito da apresentação dos candidatos aos órgãos sociais da instituição.

Considerando que a mutualista "está numa situação dramática", o candidato avisa que, "se não for rapidamente feita uma inversão ao caminho que tem sido seguido, [a associação] estará muito em breve numa situação de não ser capaz de responder aos compromissos que assumiu perante os seus associados".

Pedro Corte Real sublinha que o total de capitais próprios do grupo foi de "599 milhões [de euros] negativos em 2018, 656 milhões negativos em 2019 e 794 milhões negativos em 2020", e recorda que "o valor total dos capitais próprios do Banco Montepio tem vindo igualmente a descer, sendo de 1.517 milhões em 2018, 1.452 milhões em 2019 e 1.327 milhões em 2020".

"Isto ao mesmo tempo que é registado nas contas da associação por um valor muitíssimo superior, ou seja, a situação real do MGAM é muito pior do que as contas oficiais, já de si más, evidenciam", acrescenta.

O candidato que encabeça a Lista B salienta que esta situação é evidenciada "pelos auditores nas reservas às contas, que são públicas", e segundo os quais existe uma "incerteza material relacionada com a continuidade" da instituição.

Pedro Corte Real esclarece ainda que, "ao contrário do que tem sido ultimamente dado a entender, o regulador do MGAM é, e sempre foi, o Ministério da Segurança Social, ou seja, o Governo", e lamenta "o alheamento surpreendente que esse poder político tem mostrado", considerando que "só pode significar que não existe diálogo com a atual administração e que, aos seus olhos, esta não merece credibilidade".

Sobre os elementos que constituem a lista que encabeça, Pedro Corte Real assegura que "andam há anos a analisar a evolução do Montepio, a conceber e discutir possíveis soluções e a alertar as autoridades para a necessidade de cooperarem na implantação dessas soluções".

Pedro Corte Real diz que a sua lista não precisa de desmentir que se encontra sob investigação: "Nada temos a ver com o que de mal se passou no Montepio", sustenta, assegurando que têm "as mãos limpas e a consciência tranquila de quem tem cumprido o dever de denunciar a má gestão do Montepio".

Por sua vez, o primeiro candidato da Lista B para a Assembleia de Representantes, João da Costa Pinto, considera que os ideais que estiveram na base da criação da MGAM "foram esquecidos perante um silêncio cúmplice de quem tem responsabilidade de tutela do Montepio".

O candidato denuncia que "houve quem, gerindo o Montepio, tenha usado os recursos dos seus associados para um projeto bancário que não tinha nada a ver com os princípios que levaram à sua criação, nem com a defesa dos interesses dos associados", tendo sido "essa aventura [que] trouxe o Montepio à situação atual".

"O Montepio tem de ser reconstruído, tem de voltar aos ideais da sua fundação. O mundo mudou, mas os interesses básicos de mais de meio milhão dos associados do Montepio são os mesmos", considera.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) informou no passado dia 27 de outubro ter dado 'luz verde' a quatro listas candidatas à administração do Montepio Geral Associação Mutualista para o mandato 2022-2025, cujas eleições se realizam em 17 de dezembro.

Assim, a candidatura do professor universitário Pedro Corte Real terá a concorrência da do atual presidente do Conselho de Administração da mutualista, Virgílio Lima (lista A), e das listas lideradas pelo presidente do Montepio Crédito, Pedro Gouveia Alves (lista D), e pelo economista Eugénio Rosa (lista C).

Com quase 600 mil associados, a AMMG encabeça o grupo Montepio, no qual se inclui o Banco Montepio, e teve um prejuízo consolidado de 86 milhões de euros em 2020, após um lucro de nove milhões de euros em 2019.

Leia Também: Pedro Gouveia Alves quer inverter "ciclo de perda de valor" - Montepio

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