Mas ricos ainda ganham quase 35 vezes mais no Brasil
A concentração de rendimentos no Brasil caiu, em 2020, ao menor nível dos anteriores seis anos, mas o grupo 1% mais rico recebeu, em média, 34,9 vezes o rendimento da metade mais pobre dos brasileiros, informou hoje o IBGE.
© Lusa
Economia Rendimentos
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, "as pessoas do 1% melhor remunerado (rendimento médio domiciliar 'per capita' de 15.816 reais ou 2.506,5 euros) recebiam 34,9 vezes o rendimento dos 50% com os menores rendimentos (rendimento médio de 453 reais ou 71,8 euros)".
"Em 2019, esta razão chegou a 40 vezes, maior valor da série", acrescentou o órgão de estatística do Governo brasileiro.
O levantamento do IBGE destacou que a redução da concentração de rendimentos no país ocorreu devido ao pagamento do Auxílio Emergencial, um subsídio governamental dado às famílias pobres afetadas pela pandemia de covid-19 no valor de 600 reais (95 euros) ou 1.200 reais (190 euros) no caso de mulheres chefes de família.
Este valor acabou reduzido para 300 reais (47,5 euros) no final do ano passado.
Segundo os dados do IBGE, cerca de 23,7% dos domicílios recebiam outros programas sociais em 2020. Em 2019, essa percentagem era de 0,7%.
Isto aconteceu porque além de incluir uma parcela nova da população no Auxilio Emergencial houve redução da proporção de domicílios que recebiam o programa de transferência de rendimento Bolsa Família (de 14,3% para 7,2%), que foi extinto neste ano.
O índice de Gini do Brasil, que mede concentração de rendimentos, passou de 0,544, em 2019, para 0,524, em 2020, a maior queda da série histórica, por conta do Auxílio Emergencial, que tornou a distribuição de rendimentos do país menos desigual.
Entre 2019 e 2020, o Gini caiu em todas as regiões do Brasil, sobretudo no norte e nordeste, onde o Auxílio Emergencial atingiu maior proporção de domicílios.
Das 211,1 milhões de pessoas residentes no Brasil em 2020, 128,7 milhões (61%) tinham algum tipo de rendimento, segundo o IBGE.
O rendimento médio mensal real domiciliar 'per capita' no Brasil foi de 1.349 reais (213,8 euros), o menor patamar desde 2012. O dado do IBGE indicou uma queda de 4,3% face ao estimado no ano anterior, quando foi de 1.410 (223,5 euros).
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