O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, considera que os subsídios de férias e de Natal dão a "margem necessária" para aumentar os salários da Função Pública em 0,9%, conforme o Governo já anunciou. Questionado sobre o agravamento da pandemia, Leão diz que o aumento do número de casos na Europa é um "desafio" que não se pode ignorar.
"No que toca a despesas com pessoal, aplicamos 1/12 em cada mês, sabendo que devido aos subsídios de férias e de Natal aplica-se menos do que 1/12 que nos dá aqui a margem necessária para fazer a atualização regular dos salários (0,9%) em função do valor da inflação e que representa 225 milhões de euros", disse o ministro, em entrevista à Renascença e ao Público.
Apesar do agravamento da pandemia em vários países da Europa, que é um "desafio" que não pode ser ignorado, Leão realça que os indicadores da economia portuguesa ainda são positivos.
"Os últimos números da conjuntura económica sobre Portugal ainda são bastante positivos. Há um desafio que não podemos ignorar: em toda a Europa, o número de casos da Covid-19 estão a aumentar significativamente e há países da zona central e de leste que estão a adotar medidas de confinamento que afetam a economia", disse o ministro das Finanças.
Que medidas vêm aí?
Ainda assim, Leão mostra-se confiante que Portugal não precisará de adotar medidas tão restritivas dada a elevada taxa de vacinação: "Em Portugal, temos uma taxa de vacinação muito alta, o que cria a expectativa de que não venham a ser necessárias medidas que afetem muito a atividade económica".
"O Governo vai aprovar medidas mais relacionadas com a necessidade de usar máscara, de vacinação, de uso de certificado, de garantia de que as pessoas que chegam a Portugal não tenham Covid", adiantou ainda o ministro das Finanças.
João Leão adiantou ainda que "não se entende como necessárias restrições a horários de comércio" e que o Governo tem, neste momento, "apoios preparados em função das medidas que forem tomadas".
O Conselho de Ministros reúne-se hoje para decidir novas medidas para travar a evolução da pandemia da Covid-19, devendo ser o primeiro-ministro, António Costa, a apresentá-las, depois de dois dias a receber os partidos.
Sobre a TAP, o ministro das Finanças diz que a discussão sobre o plano de reestruturação "está bastante próxima do final" e que o espera ter pronto "antes do início de 2022".
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