Cabo Verde quer transportes interilhas "com alta qualidade"

O novo ministro do Mar de Cabo Verde, Abraão Vicente, reconheceu hoje, durante o empossamento, que os transportes interilhas é umas das "pastas quentes", mas prometeu "trabalhar no duro" para uma conectividade marítima "com alta qualidade" no país.

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Lusa
06/12/2021 15:19 ‧ 06/12/2021 por Lusa

Economia

Cabo Verde

Abraão Vicente, que acumula a pasta da Cultura e das Indústrias Criativas, foi empossado pelo Presidente da República, José Maria Neves, como novo ministro do Mar de Cabo Verde, em substituição de Paulo Veiga, de quem disse que fez um "bom trabalho de base".

Entre os grandes desafios, apontou os transportes interilhas, cuja tutela é dividida com o Ministério das Finanças, esperando que a conectividade seja feita "com alta qualidade".

"Aqui é colocar o máximo foco, não há problemas irresolúveis, temos equipa e instituições sólidas em Cabo Verde. O trabalho feito é sólido, agora é consolidar e continuar a trabalhar", perspetivou, relevando que, antes da posse, manteve um encontro com a administração da Cabo Verde Interilhas (CVI), concessionária do transporte público marítimo de passageiros e cargas no país.

A CVI é liderada (51%) pela Transinsular (grupo português ETE) e participada nos restantes 49% por 11 armadores cabo-verdianos, tendo assumido em agosto de 2019 um contrato de concessão, num contrato válido por 20 anos após concurso público internacional.

Deixando claro que não há soluções mágicas, Abraão Vicente disse que é preciso criar um quadro em que todas as instituições comuniquem entre si e ponham em primeiro lugar o interesse dos cabo-verdianos.

"O IMP, a CABNAVE, a ANAPOR, todas as infraestruturas à volta têm que responder em tempo certo para que não percamos mais tempo quando temos passageiros retidos nas ilhas. Temos que criar uma dinâmica e um ecossistema, não dependerá somente do ministro ou do Governo, mas iremos encontrar as soluções, já começamos uma boa plataforma de diálogo", referiu.

O governante recusou que haja falta de comunicação entre as instituições, mas reconheceu que "é preciso afinar".

A implementação da transição das economias marítimas para a economia azul, regulação do setor, implementação do Ministério em São Vicente e dar mais capacidade de pesca à frota pesqueira nacional são outros dos desafios apontados pelo novo ministro do Mar.

Outro setor a que prometeu dar atenção especial é o das pescas, aos homens e às mulheres que se dedicam ao setor, mas também à indústria ligada à pesca, esperando que o mar, o maior território de Cabo Verde, dê um contributo relevante para a economia e para o desenvolvimento do país.

"A Cabnave [Estaleiros Navais de Cabo Verde] irá receber especial atenção da nossa parte, dada a necessidade de novos investimentos, e tudo o que tem a ver com o conforto nas áreas e embarque e desembarque para quem usa a via marítima para viajar", garantiu.

Abraão Vicente informou que durante o fim de semana esteve no Mindelo e visitou a ENAPOR (autoridade portuária cabo-verdiana), a CABNAVE e o Instituto Marítimo e Portuário (IMP), na terça-feira haverá a passagem das pastas e nas próximas semanas vai estudar os dossiês relevantes para o setor e realizar visitas institucionais.

O novo ministro do Mar vai residir em São Vicente, ilha com o único ministério fora da cidade da Praia, mas prometeu uma "presença forte e dinâmica" no setor da cultura, cuja equipa do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas vai continuar na capital do país.

Abraão Vicente assumiu o cargo de ministro da Cultura e das Indústrias Criativas na legislatura anterior (2016-2021), no Governo liderado por Ulisses Correia e Silva, e foi reconduzido na mesma função na atual legislatura, iniciada em maio.

O elenco governativo empossado em 20 de maio cresceu para um recorde de 28 membros, entre primeiro-ministro, 18 ministros (incluindo um vice-primeiro e dois ministros de Estado) e nove secretários de Estado, sofrendo agora uma redução ao nível do total de ministros.

O primeiro-ministro de Cabo Verde anunciou em 03 de novembro que aceitou o "pedido de demissão" do ministro do Mar, Paulo Veiga, que não adiantou pormenores para a saída, mas garantiu que vai assumir as funções de deputado nacional, para o qual foi eleito pelo Movimento para a Democracia (MpD, maioria) nas legislativas realizadas em abril deste ano.

Alguma imprensa local cabo-verdiana referiu na altura que Paulo Veiga se mostrou descontente com o apoio do Governo e do MpD à candidatura presidencial de Carlos Veiga, antigo presidente do MpD, que viu o ex-primeiro-ministro (2001 a 2016) José Maria Neves ser eleito logo à primeira volta o quinto Presidente da República de Cabo Verde.

Assistiram a cerimónia de posse presencialmente o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, os ministros dos Negócios Estrangeiros, da Justiça, da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares e da Educação, bem como o próprio Paulo Veiga, por videoconferência.

Leia Também: Cabo Verde entre países africanos capazes de cumprir meta de vacinação

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