Presidente do BES defende que privatizações têm que ser concretizadas
O programa de privatizações definido pelo Governo em acordo com a 'troika' tem que ser cumprido, considerou hoje o presidente do BES, Ricardo Salgado, realçando os benefícios que estas operações trazem ao nível do investimento estrangeiro em Portugal.
© Lusa
Economia Salgado
"É fundamental levar as privatizações até ao fim", afirmou o banqueiro, num evento dedicado ao sector bancário, em Lisboa, promovido pelo Diário Económico, sublinhando a importância destes negócios para atrair investimento externo.
"Não é vender os anéis, porque as empresas públicas são as que apresentam os maiores prejuízos", acrescentou, apontando para o exemplo da TAP, empresa que, estando sujeita às flutuações no preço do petróleo, "apresenta sistematicamente prejuízos".
Salgado sublinhou que, ao contrário da companhia portuguesa, "há muitas transportadoras aéreas que apresentam lucros", apesar dos constrangimentos que afectam o sector, como a queda das receitas derivada da difícil conjuntura económica a nível global e, particularmente, europeu.
Ainda reflectindo sobre o sector dos transportes, o presidente do BES acrescentou que, em Itália, o TGV (comboio de alta velocidade) está privatizado.
"Veja-se o caso das privatizações da EDP e da REN, que permitiram a entrada de grupos chineses e que agora se financiam em condições melhores do que as do mercado", assinalou.
Sobre a intervenção de hoje do banqueiro, há mais algumas notas dignas de registo, nomeadamente, a sua convicção de que "para o ano deverá haver os condimentos necessários para Portugal regressar aos mercados".
Isto, após ter vindo à discussão o sucesso da emissão de dívida de 750 milhões de euros, anunciada pelo BES na semana passada, e que hoje mereceu rasgados elogios dos seus concorrentes (Fernando Ulrich, presidente do Banco BPI e Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta), que também participaram no Fórum da Banca.
Paralelamente, Salgado salientou que a dívida pública portuguesa foi a que deu mais retorno aos investidores nos últimos tempos.
"Houve investidores que ganharam muito dinheiro em Portugal, e isso é bom para a atractividade do país na óptica do investimento externo, porque vão querer voltar a investir", sublinhou.
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