"Cabo Verde tem ganhos substanciais a nível da estruturação da governança do setor da água. Temos hoje um sistema muito melhor regulado, com instituições mais fortes", disse o chefe do Governo, em declarações aos jornalistas, na cidade da Praia, no âmbito de uma exposição fotográfica sobre o Programa de Apoio ao Setor de Água e Saneamento (PASEA).

O programa foi financiado pela Cooperação Luxemburguesa, no âmbito do IV Programa Indicativo de Cooperação 2016-2020 (PIC IV) entre os dois países, no valor de 1,5 mil milhões de escudos (13,6 milhões de euros).

Segundo o primeiro-ministro, o programa permitiu realizar investimentos importantes, como a dessalinizadora da ilha do Maio, ou a dessalinizadora da Brava, que está em curso, e contribuiu para aumentar o nível de acesso à água por parte das populações.

Também melhorou o nexo entre água e energia, prosseguiu Correia e Silva, para quem ainda são precisos mais investimentos no país para aumentar e melhorar os níveis de acesso à água.

"Temos investimentos em curso, para melhorar não só abastecimento de água às famílias, como a água para a agricultura e para outras atividades económicas", apontou, dando conta igualmente de investimentos quer no setor da água quer na energia para reduzir as perdas "de uma forma significativa".

Tanto o primeiro-ministro garantiu que o programa vai continuar no âmbito do próximo PIC com a cooperação luxemburguesa (2022 2026), assinado em julho, no valor de 78 milhões de euros, cujos programas setoriais serão assinados nos próximos meses.

"É um final feliz, de um programa que vai ter continuidade, com outro nome, com outro número, mas numa cooperação que continua, que é profícua e que tem dado grandes resultados", completou o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva.

Para o ministro, Cabo Verde registou melhorias nos indicadores de água e saneamento nos últimos cinco anos, e nos próximos cinco o país pretende elevar de 60 para 90 litros a quantidade de água consumida por pessoa por dia.

Ainda no âmbito do programa, avançou que o arquipélago reduziu em 40% a dependência das energias fósseis e os custos de energia para produção da água.

"E isto com impacto na melhoria dos serviços, mas também na redução das tarifas e preços", exemplificou Gilberto Silva, realçando igualmente que o programa contribuiu para melhoria a ação climática, garantir a inclusão e a inovação nesses setores.

Melhoria da sustentabilidade financeira do setor e da disponibilidade de dados setoriais, melhoria da eficiência das empresas de prestação de serviços de água potável e de saneamento e melhoria dos serviços de saneamento pelas instituições responsáveis foram os três eixos do programa.

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