CCP quer papel dos serviços no desenvolvimento económico reconhecido
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defende que os serviços têm um papel central no desenvolvimento económico e elencou um conjunto de recomendações para a implementação de políticas públicas em Portugal que o reconheçam e valorizem.
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Economia CCP
A CCP promoveu um estudo, no âmbito do Fórum dos Serviços, que "confirma o crescente papel dos serviços na competitividade das economias mais avançadas".
O estudo, realizado pela EY e coordenado pelo antigo ministro Augusto Mateus, termina com a apresentação de um conjunto de recomendações para a implementação de "políticas públicas em Portugal que reconheçam e valorizem adequadamente a evidenciada centralidade dos serviços para o desenvolvimento económico".
As recomendações têm a ver com as diferentes áreas em que os serviços são preponderantes mas todas têm o mesmo objetivo, que é o reconhecimento da "centralidade dos serviços na resposta aos novos desafios da competitividade e da sustentabilidade".
No prefácio do estudo, o presidente da CCP, Joao Vieira Lopes, lembrou que se aproxima o final de um ciclo de apoios comunitários, alicerçado no PT2020, e que outro se virá a iniciar em breve, com o PT 2030, que "conjugado com o PRR irá determinar o perfil dos investimentos a realizar na atual década".
"Este estudo constitui um relevante contributo para a definição das grandes prioridades que deverão nortear as futuras políticas económicas", considerou Joao Vieira Lopes.
Segundo a análise promovida pela CCP, os instrumentos de financiamento nacionais e europeus da próxima década implicam o desenvolvimento de um conjunto de programas especialmente destinados aos serviços, com o setor a obter visibilidade em diversas das metas estratégicas das instituições.
"É no sentido das metas estratégicas da próxima década que se alicerçam as recomendações de construção das políticas públicas nacionais, corporizadas por cinco eixos de recomendação que pretendem ser o garante da existência de ferramentas fundamentais para a afirmação da centralidade dos serviços no contexto de afirmação competitiva e económica", diz o estudo.
As recomendações formuladas referem-se, nomeadamente, aos desafios da transição digital e da transição climática, salientando a importância dos "serviços no contexto destes acelerados processos e garantindo o desenvolvimento de transições justas e equilibradas".
É também salientada a relação intersetorial dos serviços e valorizado "o papel potencialmente integrador que os serviços assumem".
"Os serviços são encarados como vitais para o desenvolvimento da coesão interna e da convergência externa, promovendo a sua vertente de associação aos recursos endógenos. Por fim, os desafios que o passado recente e a atualidade impõem às economias, implicam também que os serviços voltem a ser a linha da frente da resposta às oportunidades e aos novos paradigmas que o futuro próximo impõe", refere o documento da CCP.
Lembrando que a agenda territorial 2030 coloca os serviços no roteiro do desenvolvimento regional, das áreas metropolitanas e das cidades, o estudo considera que a dispersão territorial dos serviços contribui "fortemente para a promoção do emprego e a fixação de pessoas no território", tornando-se "elementos fundamentais para a anulação da segregação territorial e da desertificação" e para a promoção da sustentabilidade.
"Não menos relevante é o contributo dos serviços para os desafios das alterações climáticas", considera o estudo, salientando os serviços dedicados à proteção do meio ambiente.
A economia social é também referida no estudo, sendo os serviços apontados como "respostas imediatas para carências públicas de décadas".
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