Comerciantes da região de Lisboa esperam compensar perdas
Os comerciantes da região de Lisboa esperam que após as duas semanas de contenção o setor venha a ser compensado pela perda de clientes, lamentando que os apoios não sejam proporcionais à atividade, disse hoje a presidente de uma associação.
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Economia Covid-19
Em declarações à Lusa, a presidente da União de Associações do Comércio e Serviços da Região de Lisboa e Vale do Tejo (UACS), Lourdes Fonseca, explicou que as novas medidas de contenção, definidas pelo Governo na quinta-feira passada no âmbito da pandemia de Covid-19, não são "tão restritas" como as adotadas durante os confinamentos, mas, ainda assim, "estão a afetar a atividade".
"Está a afetar devido às restrições em termos dos metros quadrados, apesar de não serem tão restritas como no confinamento. Como são só duas semanas não está a afetar tanto quanto o habitual", disse, frisando que a maior penalização se prende com o facto de algumas lojas já estarem a praticar descontos e promoções.
De acordo com a responsável, com a proibição decretada pelo Governo, os comerciantes "foram prejudicados pois tiveram de repor os preços".
O Governo, em Conselho de Ministros de 21 de dezembro, decretou uma série de medidas de contenção da pandemia até dia 9 de janeiro devido ao agravamento da pandemia de Covid-19, como por exemplo a lotação dos espaços comerciais passar a estar limitada a uma pessoa por cada cinco metros quadrados, para evitar ajuntamentos que acontecem na semana a seguir ao Natal para trocas de presentes.
Um dia depois, o Governo dava conta que os saldos estão proibidos entre 25 de dezembro e 9 de janeiro, mas os consumidores vão poder fazer as trocas nas lojas até ao final do próximo mês.
Lourdes Fonseca recordou que a semana após o Natal era aquela em que "habitualmente, além das trocas, começam as promoções e os saldos, havia um acréscimo grande de comércio", lembrando que, neste momento, fica "adiado para o próximo ano".
"A partir de dia 9, quando começarem a ser feitas as promoções, pode ser que compense o que não se pode fazer agora neste fim de ano", disse.
Lourdes Fonseca lamentou ainda que nos apoios governamentais não haja uma "maior proporcionalidade nas medidas", já que há setores que têm "apoios continuados e outros não, como o comércio em geral".
"Devia ser ponderada a continuação de apoios para a subsistência de alguns setores até se conseguir ter a atividade normal", frisou.
Face ao agravamento da situação epidemiológica em Portugal, devido à variante Ómicron, o Governo decidiu antecipar as medidas previstas para a chamada "semana de contenção de contactos" que seria só em janeiro, para as 00:00 de dia 25 de dezembro.
A Covid-19 provocou mais de 5,39 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.874 pessoas e foram contabilizados 1.279.785 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
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