"Convém relembrar que vamos abrir, mas com fortes limitações à liberdade. Os apoios são importantíssimos para que o setor não feche de vez", afirmou o presidente da Associação Bares da Movida do Porto, Miguel Camões.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que as discotecas e os bares do território continental vão poder reabrir no dia 14 de janeiro, mantendo-se a exigência de um teste à covid-19 negativo para acesso aos espaços.
A reabertura na sexta-feira da próxima semana é acompanhada da "proibição de consumo de bebidas alcoólicas na via pública", referiu o governante.
Em declarações à Lusa, Miguel Camões salientou que em dezembro, mês em que as medidas eram similares às agora anunciadas pelo Governo, "o setor teve quebras significativas".
"O impacto em dezembro foi terrível. Embora possamos estar de portas abertas, com a obrigatoriedade de testes vamos ter problemas graves", observou.
Também o presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, António Fonseca, disse ser "incompreensível" a obrigatoriedade de teste, considerando que a medida "não faz sentido".
"Esta exigência continua a ser a continuação de uma machadada num setor que nunca provocou nenhum surto pandémico", referiu.
António Fonseca acusou ainda o Governo de ter mostrado "desprezo" e "insensibilidade" para com o setor da diversão noturna e das famílias que dependem do mesmo, defendendo ser necessário o alargamento das moratórias por mais 18 meses e que "seja o Governo a assegurar" as moratórias vencidas.
No âmbito da contenção da pandemia de covid-19, com maiores restrições no período do Natal e da passagem do ano, os espaços de diversão noturna (bares, estabelecimentos de bebidas sem espetáculo e estabelecimentos com espaço de dança) estão fechados desde as 00:00 do dia 25 de dezembro, prevendo-se então que a medida durasse até 09 de janeiro, inclusive.
Antes do atual encerramento, os bares e discotecas - que reabriram em outubro pela primeira vez desde o início da pandemia de covid-19 em Portugal, após 19 meses parados -- já eram acessíveis apenas com a apresentação de teste negativo (antigénio ou PCR) ou de certificado de recuperação, mesmo para pessoas vacinadas contra o SARS-CoV-2.
Os clientes não têm de usar máscara nestes espaços, ao contrário dos trabalhadores, segundo a Direção-Geral da Saúde.
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